Sétimo número da série. Se todos os anos surge a cólera nosológica, em quase todos os anos surge, também, a cólera social. Em províncias nortenhas, é costume popular atribuir a responsabilidade da introdução da cólera a funcionários governamentais (designadamente da Saúde), extensionistas rurais, régulos, secretários de bairro, proprietários, etc. Água, pó, comprimidos, o escape das motas e dos carros, tudo isso é suposto conter cólera. Esta não é encarada como uma doença natural provocada pela falta de asseio, mas como uma doença objectiva e socialmente criada para matar gente local. Acredita-se que os poderosos querem acabar com os pobres. Comunidades entram em convulsão, surgem ataques contra pessoas e bens, a polícia intervém, por vezes morre gente, o caos instala-se.
[texto da imagem em epígrafe extraído do "Diário de Moçambique" digital de 27/10/2015; amplie-o clicando sobre ele com o lado esquerdo do rato]
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