26 agosto 2015

Curto-circuito da razão na Escola Secundária de Nampula [9]

Nono número da série. Escrevi no número anterior que os muitos alunos da Escola Secundária de Nampula não são alheios à história e muito menos aos conflitos e aos tiros. E sugeri que se tomasse em conta o tiroteio na cidade de Nampula entre polícias governamentais e guerrilheiros da Renamo em 2012 e 2013, a conferir em várias entradas aqui. Permitam-me, agora, retomar a hipótese dos três momentos interactivos sugeridos no terceiro número desta série - todos já abordados -, a saber:
1. Tensão motivada pelas provas
2. Sobreestimação colectivizada de um problema aparentemente eléctrico
3. Pânico acentuado pela memória local e nacional de confrontos militares.

5 comentários:

Manuel Lobo disse...

Uma das razões e quiçá a mais importante do sucedido em Nampula é, a meu ver, a falta de treinamento em todo o pais para os acidentes. As escolas não treinam os seus alunos e professores para situações de emergência, melhor, ninguém treina as pessoas para situações de emergência! E isso faz com que um pequeno problema possa derivar em pânico o que pode ter consequências muito mais graves que o acidente em si. Outra situação, é a falta de manutenção que causa problemas com os equipamentos. (abrindo um parêntesis: É uma tristeza o estado em que está a ES de Nampula, mesmo no centro da cidade de Nampula! E acho que ninguém - nem as autoridades da escola, nem do governo, nem do município - se dá ao trabalho de ver que aquela escola (espelho da cidade) não pode funcionar naquele estado e fazer algo para ajudar a melhorar). Acho que gastamos o nosso dinheiro em actividades que não surtem efeitos para melhorar o funcionamento das nossas instituições e, em ultima analise melhorar a vida das pessoas...Essas são as opções que os dirigentes do pais fazem!

Carlos Serra disse...

Obrigado pela contribuição.

Manuel Lobo disse...

Ja agora, defeveriamos dedicar um dia por ano nas instituicoes para exercitar evacuacoes, verificacao as normas de seguranca (equipmentos, extintores, saidas de emergencia, outros) pelo menos nas instituicoes do Estado.

nachingweya disse...

Sem retirar o mérito da construção acima sobretudo em relação a escolas! escolinhas e outros aglomerados humanos , é minha opinião que a vida de 95% da população moçambicana é em si uma emergência. Obrigatória porque determinada pela envolvente social mas ao mesmo tempo de adesão voluntária porque a única forma de ter acesso a certos serviços.
Manutenção é uma palavra estrangeira para nós. Nós somos abertos a reabilitação das coisas.
Não me lembro do desenho da E S Nampula mas suspeito que seja igual a Noroeste, a estrela Vermelha, a Samorá Machel em Chimoio, Mateus Sansao Mutemba na Beira, Secundárias de Tete, Quelimane, Tete, etc mandadas edificar pelo governo colonial na década 70 para albergar o ensino preparatório geral ( actuais 5 e 6 classes). Edifícios belos, de simples arquitetura e funcionais. Pelas manhãs expectativas aquele modelo devia ser estendidos as escolas secundárias das sedes dos distritos... E não o que me é oferecido ver pó ai.
Por outro lado, para que as infraestruturas públicas obedeçam a certa normalização o Ministério dasObras públicas é quem devia supervisionar a sua construção. É um desperdício de recursos quando os ministérios da saúde a fazer hospitais, da educação escolas, governos provinciais atrás das latrinas de um posto administrativo, etc,etc.

nachingweya disse...

replicar as boas coisas do Mau colonialismo não é antipatriotismo.