24 agosto 2015

Notas sobre produção do terror colectivo

Exercício do despojamento total, o terror colectivo marca em permanência a história das sociedades. Porém, o que está aqui em jogo não é o terror colectivo provocado por exemplo por um furacão ou por um terramoto, mas o terror colectivo intencionalmente provocado, digamos que politicamente provocado. A guerrilha assassina que mata indiscriminadamente, mutila corpos e destrói pertences, é um dos exercícios mais cruéis do despojamento total. Os artífices desse exercício conseguem regra geral quatro coisas:
1. Despolitizar os cidadãos pela inoculação de um medo múltiplo e recorrente;
2. Desterritorializar os cidadãos levando-os à fuga e ao exílio;
3. Destatizar os cidadãos, destruindo a rede de infra-estruturas estatais de serviços e proteção e quebrando todos os vínculos com a cidadania e com o Estado;
4. Amorfizar o comportamento social, transformando os cidadãos em seres abúlicos.
Não poucas vezes, o exercício de despojamento total é levado a cabo por organizações que se reclamam de um deus, de uma civilização, de um suposto desagravo histórico ou, até, da democracia.

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