"Eles aspiram ao poder" - eis uma frase que surge frequentemente na nossa imprensa escrita, nas rádios, nas televisões, nos blogues e nas redes sociais digitais. Nos casos mais extremos, diz-se "Eles aspiram ao poder a todo o custo". Regra geral essa acusação - porque é efectivamente uma acusação - é feita a quem não está em posição de ter, relacionalmente, o poder de gerir e de manter o Estado. Não poucas vezes a acusação tem um valor moral muito forte, um valor moral negativo, no sentido de que B não deve aspirar ao poder que já pertence a A - típica acusação de pecado. Assim se oculta o facto de quem tem o poder de poder gerir o Estado tem tanta ou mais apetência pelo "poder político de poder". Por isso o mantém e por isso o defende a todo o custo. Só que o transfigura, o camufla, dotando-o de características meramente técnicas, de características neutralmente assistenciais, como se fosse algo estrangeiro a uma entidade política concreta.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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