Abundam os críticos nem-nem, para dizer como Roland Barthes, aqueles que tudo fazem para mostrar que não tomam partido, que são portadores de uma neutralidade impoluta e extra-humana. Os neutraliteiros da Terceiça Força Nem-Nem estão sempre prontos a mostrar, com soberba e cardinalícia ênfase, quanto abominam termos e expressões como conflito, esquerda, luta de classes, marxismo, militantes, ideologia, etc. Auto-proclamados juízes e justiceiros, os críticos nem-nem defendem, afinal, que os anjos não têm sexo. "Pesam-se os métodos com uma balança, carregando os pratos à vontade, de forma a poder-se aparecer como um árbitro imponderável, dotado de uma espiritualidade ideal, e por isso mesmo justo, como o ponteiro que julga o peso" - escreveu Barthes num dos seus livros. Aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
A pseudo-neutralidade dos Nem-Nem é o porto de abrigo de quem carece de verticalidade e honestidade intelectual para assumir como um agente reprodutor da ordem dominante
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