Uma outra forma sofisticada de racismo habita não no dia-a-dia das ruas e do bula-bula das esquinas populares, mas nas universidades, nos centros sagrados do saber institucionalizado. Racismo biológico, racismo clássico? Não, não se trata desse tipo de racismo, mas - digamos, numa outra formulação - de racismo epistemológico. Por séculos, a divisão social do trabalho no modo capitalista de produção e distribuição deu origem a uma classe especializada na produção e na disseminação de um determinado tipo de conhecimento: a classe dos académicos. Ancorada na convicção de um conhecimento superior da realidade natural e social, esta classe da aristocracia epistemológica tem sido responsável por um enorme epistemicídio em relação às formas de conhecimento populares. É neste sentido que falo de racismo académico. Aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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