Parece que deuses perversos, mas compreensivos, perceberam o drama de viver em multidões e num planeta cada vez mais povoado: cada pessoa é uma fortaleza, uma fortificação cada vez mais temerosa do exterior e do risco múltiplo. Por isso inventaram os espantosos e rápidos caminhos do tipo facebook, onde as multidões digitais até parecem gentis e onde, afinal, cada internauta faz confiantemente descer a ponte levadiça de si e permite a entrada da ciberdomesticada multidão. Reparem que pelos facebooks andam internautas com milhares de "amigos" que se conhecem desconhecendo-se.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
"Reparem que pelos facebooks andam internautas com milhares de "amigos" que se conhecem desconhecendo."
Goste.
Também gosto das lucubrações de Miguel de Sousa Tavares, quando destila o seguinte pensamento "A maior parte das pessoas que estão lá, no fecebook, estão em substituição da vida real, é mais perigoso que o buraco de ozono. Aquilo é o excesso da comunicação."
Não sou utilizador de Facebook, twiter, etc., a excepção de alguns blogues, poucos, mas respeito quem os utilize.
Zicomo
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