04 janeiro 2014

Que se conhecem desconhecendo-se

Parece que deuses perversos, mas compreensivos, perceberam o drama de viver em multidões e num planeta cada vez mais povoado: cada pessoa é uma fortaleza, uma fortificação cada vez mais temerosa do exterior e do risco múltiplo. Por isso inventaram os espantosos e rápidos caminhos do tipo facebook, onde as multidões digitais até parecem gentis e onde, afinal, cada internauta faz confiantemente descer a ponte levadiça de si e permite a entrada da ciberdomesticada multidão. Reparem que pelos facebooks andam internautas com milhares de "amigos" que se conhecem desconhecendo-se.

1 comentário:

Unknown disse...

"Reparem que pelos facebooks andam internautas com milhares de "amigos" que se conhecem desconhecendo."

Goste.

Também gosto das lucubrações de Miguel de Sousa Tavares, quando destila o seguinte pensamento "A maior parte das pessoas que estão lá, no fecebook, estão em substituição da vida real, é mais perigoso que o buraco de ozono. Aquilo é o excesso da comunicação."

Não sou utilizador de Facebook, twiter, etc., a excepção de alguns blogues, poucos, mas respeito quem os utilize.

Zicomo