No mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento concernente ao Índice do Desenvolvimento Humano, o nosso país foi colocado no antepenúltimo lugar, apenas à frente do Níger e da República Democrática do Congo.
Observação e sugestão: dói, é humilhante saber do lugar que uma vez mais foi atribuído a Moçambique no Índice de Desenvolvimento Humano. Tenho para mim que é imperioso abandonar as habituais falanges do tudo-está-bem e do tudo-está-mal e organizar-se algo como uma Conferência Nacional sobre Desenvolvimento Humano em Moçambique, na qual seja possível, de forma aberta, crítica e aprofundada, discutir e analisar métodos e resultados, no sentido de se apurar com rigor e honestidade se o nosso desenvolvimento é humano ou desumano.
Observação e sugestão: dói, é humilhante saber do lugar que uma vez mais foi atribuído a Moçambique no Índice de Desenvolvimento Humano. Tenho para mim que é imperioso abandonar as habituais falanges do tudo-está-bem e do tudo-está-mal e organizar-se algo como uma Conferência Nacional sobre Desenvolvimento Humano em Moçambique, na qual seja possível, de forma aberta, crítica e aprofundada, discutir e analisar métodos e resultados, no sentido de se apurar com rigor e honestidade se o nosso desenvolvimento é humano ou desumano.
2 comentários:
Fabricantes permanentes de obstáculos...
Ainda se terá de fazer um estudo sociológico e antropológico ao PENSAMENTO do Homus Moçambicanus, prefiro classificá-lo assim, com as devidas excepções à regra. Foi o que conclui quando, uma vez mais, li uma coisa destas: http://www.canalmoz.co.mz/hoje/24697-industria-petrolifera-internacional-de-olhos-postos-em-mocambique.html
Não faz dois anos, e a nossa propalada "fraqueza" eram os recursos humanos - assim disseram os consultores australianos, trazidos pela AUSAID, para uma "evidência" que já víamos e negávamos em 35 anos de independência.
O Estado da Nação era bom, disseram. E os recursos minerais iriam transformar a nossa vida em 2015, coisa e tal...
No presente ano, os mesmos consultores descobriram uma outra "fraqueza", que todos temos visto em 37 anos de independência, mas que eles não. As nossas infra-estruturas ferro-portuárias são fracas para que as multinacionais obtenham o retorno financeiro que esperam (mas atenção: não me perguntem se NÓS controlamos, na totalidade, a cadeia de custos de produção actual, antes de receber a "factura" da prospecção, etc....);
Mesmo assim, o Estado da Nação é bom, dizem. E os recursos minerais vão transformar a nossa vida, mas agora só em 2018, coisa e tal...
Bem, eu penso que a lista de "fraquezas" moçambicanas elencadas por estes "consultores" não irá parar por aí. A conta-gotas, como é habitual, os afamados "consultores" irão ordenar ao governo moçambicano que aceite a ideia de mais umas PPPs para análises laboratoriais da exploração mineira e outras, dizendo, por exemplo, que não temos laboratórios com esse arcaboiço em Moçambique.
Mas todos nós temos visto a porcaria que o LEM se transformou e porquê?
Porque o Governo não se preocupou, nem se preocupa, com a engenharia moçambicana. Está preocupado com as PPPs e com os seus engenheiros de gabinete, como aqueles que estão na EDM...
E em 2018, irão dizer o Estado da Nação é bom, dizem. E os recursos minerais ainda vão transformar a nossa vida, mas agora só em 2038, coisa e tal...
Só que, ninguém na AUSAID falou de camionagem, software, couves, alfaçes...ou seja, TUDO!
Ou muito me engano, ou esta lista de "fraquezas" talvez só acabe dentro de 150 anos, quando finalmente o gás e o carvão tiverem esgotado no nosso solo ou deixarem de ter "valor comercial", por causa da descoberta de alguma nova forma de energia "limpa". Afinal, a história da borracha na Amazónia é bem verídica!!!
Enfim, até parece que, neste país, os governantes se tornaram em fabricantes permanentes de obstáculos mentais que nos permitam ter um desenvolvimento pleno. No lugar de iniciativas para reverter o nosso atraso que nos coloca a rivalizar o IDH com a República Democrática do Congo, fomenta-se a dependência de mais consultorias. No lugar de políticas que permitam quem deseja singrar "pela livre empresa" e progredir, institui-se a cultura do lobby e da mão estendida. No lugar da criação da engenharia moçambicana, promove-se a AUSAID e as suas PPPs.
Já seria frustrante e gravoso, ter um fulano desses num lugar de responsabilidade numa obscura repartição do aparelho de Estado (juro que não lhe confiaria sequer a gestão do meu galinheiro), agora à escala de um país, isso é fatal. Porque, como diria Samora Machel, o exemplo, bom ou mau, vem sempre de cima. E se esta mentalidade de escravo eterno se reproduzir em escala pelos governados, então o país está morto. Que se estabeleça então o protectorado das multinacionais, porque tempo é dinheiro!
E ainda se espantam com a nossa posição no IDH...
A classe dirigente jamais fará tal conferência.
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