Nono número da série, com tema referido aqui, mantendo-me no ponto três do sumário sugerido aqui: 3. Os fumos de Figueira de Almeida. O que nos mostra a descrição de Figueira? Mostra-nos que, por terras do centro do remoto Moçambique, a função dos chefes (hoje diremos dirigentes) era a de servir as suas comunidades, que a sua riqueza servia unicamente para estar ao serviço do consumo comunitário. Por outras palavras: os chefes não poderiam enriquecer à custa das comunidades, pelo contrário, deviam empobrecer, consumidos, gastos por elas.
(continua)
* Entretanto, recorde a minha série em 14 números intitulada Ionge: populares acusam autoridades de prender a chuva no céu, aqui. Para um excelente livro em francês que estabelece uma relação entre a percepções populares, feitiçaria, política e enriquecimento, consulte Geschere, Peter, Sorcellerie et politique, la viande des autres en Afrique. Paris: Karthala, 1995.
1 comentário:
Este testemunho do Sr Figueira de Almeida parece em tudo uma hipótese surreal comparada com aquilo que conhecemos da espécie humana desde Adão, Eva, Abel e Caím.
Quais eram então as relações de produção nesse remoto centro de Moçambique?
Não terá o Sr Almeida confundido uma família com uma comunidade, um fumo com um pai? (Ano passado foi noticiado que na região de Vilankulo existe um cidadão polígamo que tem 86 filhos sendo necessário um boi para uma refeição da família)
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