Após horas seguidas de trabalho, sem viço nos olhos, em princípio de noite, as empregadas domésticas regressam a casa nesta cidade de Maputo. Mas antes de lá chegarem, terão de atravessar, de novo, o fadário dos chapas. E chegadas a casa, terão, ainda, de olhar pelos filhos, de fazer a comida, de pensar nos maridos, de não esquecer os membros da famílias alargadas. Acresce que amanhã e domingo, várias delas prosseguirão o trabalho em casa dos patrões.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
e isso mesmo professor! obgada pela sensibilidade...
É verdade. Vida dura...
Uma tristeza.
Uma realidade diária. Os antigos colonos são bem imitados.
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