20 julho 2011

Mudar sem mudar (11)

Décimo primeiro número da série.
Formalizo o dilema do pensamento clássico anti-racista:
*Os "brancos" são mais avançados do que os "negros" (estereótipo a eliminar nas representações sociais)
*Os "negros" são iguais aos "brancos" (negação do estereótipo, mas manutenção da dicotomia pois não faz sentido haver igualdade entre seres iguais)
* Os "negros" não são iguais aos "brancos" (negação da negação, regresso ao estereótipo)
Recorde a formalização para o caso da luta feminista aqui.
(continua)

5 comentários:

Anónimo disse...

Havia uma publicidade no tempo colonial que dizia a certa altura assim: o produto x "não é melhor, não é pior. É diferente!"

Porque nós não podemos simplesmente ser diferentes, assim como o são os asiaticos entre si e entre eles e os europeus. Assim como os mesmos europeus são diferentes entre eles e entre eles e os povos dos demais continentes, embora (quase) todos sejam brancos. Assim como os povos africanos são diferentes entre si e entre estes e os demais povos ha também diferenças. De resto nem mesmo em Moçambique existe o chamado "povo moçambicano". Somos uma mistura de povos bem diferentes uns melhores em umas coisas e outros melhores em outras... Assim o mundo é mais bonito, com as suas diferenças...

Salvador Langa disse...

As diferenças são maravilhosas, o problema é saber a quem beneficiam.

Anónimo disse...

O slogan a que o meu HOMÓNIMO - o anónimo anterior - faz referência, era da FOTO COIMBRA, na Eduardo Mondlane (fotógrafo Armindo, já falecido).

"Foto Coimbra: nem melhor, mem pior - simplesmente diferenre! " E, de facto, essa é a realidade: apenas diferenças cromáticas!

ricardo disse...

"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ainda haverá guerra."
(Bob Marley)

nachingweya disse...

Sou de raça negra. Esta manhã o acaso fez-me encontrar um amigo, moçambicano, negro, que representa uma instituição financeira Mundial num país europeu. Sei que a NASA tem moçambicanos negros, que Mondlane leccionou no ensino Superior na America, que o Serapião, moçambicano, acaba de publicar um livro nos EU, que Senghor tem inputs na gramática francesa , ainda releio com atenção Franz Fanon etc.,etc...
Simpatizo muito com o paradigma de igualdade. É confortável
Mas quedo-me confundido quando percebo que, mesmo depois do domínio do fogo e da invenção da roda e da polvora,ainda o conflito homem/fauna bravia seja um problema.
Que tracção humana corresponda a uma classe de veículo... normalmente de carga!
...No mesmo dia em que o vai-e-vem Atlantis regressa em última viagem do espaço...
E no mesmo ano em que nós vamos iniciar a exportação do carvão de Moatize em locomotivas a gasóleo cujo preço está a subir.
(MEU DEUS, PORQUE NÃO ELECTRIFICAMOS A LINHA DE SENA USANDO PARTE DA ENERGIA QUE SE VAI PRODUZIR COM O CARVÃO DE QUEIMA?)

Sim, nem pior nem melhor, diferente.

No entanto as estatísticas dizem que são comparativamente muitos os negros que não sabem ler, não sabem escrever e não manipulam com destreza as 4 operações elementares da aritmética. Em consequência são relativamente poucos os negros com opinião sobre o Kapital (karl Marx) ou sobre a teoria da relatividade (einstein) ou sobre a malária (doença tropical).
Tanto o paradigma da igualdade como o refúgio da diferença me parecem estereotipos de grau superior.
Há que trabalhar para que o 'brilho dos olhos' reflicta o diamante que há em cada Homem educado (de berço e formação)