01 maio 2011

Milhares na 25 de Setembro

Milhares de pessoas na Avenida 25 de Setembro, cidade de Maputo, neste Primeiro de Maio.

6 comentários:

Salvador Langa disse...

Aguardo notícias sobre o desfile e sobre as esperanças dos trabalhadores.

ricardo disse...

Pois e, milhares na 25 de Setembro em nome do Trabalhador. Mas o que tambem nao deixara de levantar milhares de questionamentos e o facto dos que desfilaram terem-se posto ao fresco logo que passaram pela tribuna, como se prestassem a ultima homenagem aos dirigentes sindicais, dispensando a audicao de discursos-cassete "post-mortem". E o facto dos cartazes mais parecerem uma campanha em prol da auto-estima, do que um reivindicacao proletaria - onde anda a combatividade dos sindicatos? - faz com que o que vi hoje, em nada se diferenciasse do que havia visto em 1983, no celeberrimo 1o de Maio vermelho orientado por Samora Machel, onde se viram mais militares prontos a combater do que trabalhadores. Alias, os cartazes com os dizeres "Ano Samora Machel 2011" brandidos pelos sindicalistas e muitos dos que desfilaram bem nos lembram qual e a verdadeira orientacao ideologica destes sindicatos. E se duvidas houverem (Alo sr. Chacate!) para alguns, nem sequer uma virgula nos cartazes vislumbrou o mais pequeno interesse sindical pela questao dos recentes aumentos salarias mininos, dos combustiveis e da CESTA BASICA, contrastando com o muito que li e ouvi por ai, inclusive neste Blogue.

Caso para perguntar, aquem serve entao esta abulia sindical? Ao patronato, que e quem lhes garante os salarios, as participacoes societarias microcospicas de alguns dirigentes sindicais e o emprego parasitario de quase todos eles. Como actores pagos para cumprirem com o seu papel de farsantes proletarios.

Porque tudo isto e espectaculo!

Abdul Karim disse...

Ricardo,

Acredito que na situação que se encontra o pais, os trabalhadores ate se encontram numa situação minimamente favorável, ao menos tem emprego,

O maior problema nosso 'e o desemprego,

Logo, acredito que o 1 de Maio nao tinha como ser diferente do que foi,

O 1/3 de setembro foi maioritariamente ou exclusivamente desempregados, a classe trabalhadora ou os sindicatos nada reivindicaram mesmo nessa altura,

E sempre se disse que a solução para pobreza estava na nossa capacidade de gerar emprego, as PME's principalmente, auto-emprego e depois os Mega-Projectos, ai 'e que o problema continua, e a solução tarda,

Pois as PME's estão atrofiadas, o auto-emprego 'e quase que total informal e ainda concorre de forma desleal com as PME's sufocando-as, e os Mega-Projectos nao tem gerado tantos empregos assim, exceptuando alguns na fase inicial de implementação.

ricardo disse...

Tudo bem, tem emprego. Sinto algo de socialista nisso. Porque em Cuba, todos tinham ate pouco tempo emprego. Ganhavam 30 dolares/mes.
Mas e licito perguntar por que ignoraram a questao da Cesta Basica, se eles proprios e que levantaram reservas contra esta. Porque o seu silencio no desfile? Os direitos laborais sao pela exclusao?!

Abdul Karim disse...

Nao sei te responder Ricardo,

So eles mesmo, poderão te responder,

Eu nao sei, nao sei mesmo.

ricardo disse...

Mas eu ajudo Karim. Leia o Correio da Manha 3562:

"...ontem (esta quarta-feira) chegaram outros dois navios e ficaram aqui retidos devido a greve..." Indicou Paulo de Oliveira, secretario do Comite Sindical do projecto de areias pesadas de Moma, realcando que a retencao provocou "...muitos prejuizos a empresa que se ve obrigada a pagar por cada dia que os navios passam sem carregar", finalizando com revelacao que a greve parou porque " ...a sra. Ministra Bias vai acompanhar de perto as negociacoes aqui na empresa". Quem e ele? Porta-voz do Governo tambem? Se um sindicalista diz isto tudo naturalmente, o que nao diria do seu patrao?

Estes sao trabalhadores, que note-se, batem-se por direitos como licenca disciplinar que nao gozam a mais de cinco anos e que continuarao a nao te-los pois a empresa deseja compensa-los financeiramente com os seus salarios de fome. E mais, o patronato "aceitou" a categorizacao dos trabalhadores e a aprovacao de uma tabela salarial(!). Mas em que epoca estamos? Do comercio triangular do sec. XVI? Parece...

365 dias e noites a trabalhar sem parar, sem categoria salarial, nem seguranca social. Quid Juris?