04 abril 2011

O fim dos silêncios, dos segredos e das distâncias (9)

O chefe deve regulamentar as conversas da aldeia (provérbio congolês)
Coisas novas têm acontecido muito rapidamente. Tal como Lucky Luke dispara mais rápido do que a sua própria sombra, essas coisas novas surgem mais rapidamente do que o próprio novo. Isso, a propósito de dois fenómenos: o WikiLeaks e os sismos sociais no Norte de África e no Médio Oriente, um e outro amplamente descritos e analisados neste diário.
O final desta série:  escrevi no número anterior que se o WikiLeaks abriu a caixa-negra dos segredos dos Estados e dos poderosos, as revoltas em África e no Médio Oriente abriram a caixa-negra das ansiedades populares e dos protestos visando um futuro diferente, fazendo com que rapidamente as vozes de um dado país fossem ouvidas e replicadas pelas vozes de outros países.
Na verdade, talvez a história hoje ande mais depressa do que andava e do que esperamos que ande. Apesar de todo o espantoso mundo de tecnologia panóptica e vigilante, de toda a produção mundial de individualismo e de diversão, silêncios e segredos são vencidos, distâncias rapidamente percorridas. Por quem? Pelos povos, os povos estão vivos e sedentos de um mundo diferente, de um mundo humano, solidário e comunicativo, de um mundo sem tiranos, sem produtores de medo.
Crédito da imagem aqui.
(fim)

Sem comentários: