26 abril 2011

África enquanto produção cognitiva (25)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis o término das ideias do filósofo alemão:
Recordo a pergunta do número anterior: de tudo o que foi exposto, que conclusões se podem tirar do "carácter dos negros" (sic)?
Neste continente onde as mulheres participam na guerra e em função das características da vida africana, a conclusão a tirar é a de que o carácter africano é determinado pela ausência de freio. "A sua condição não é susceptível de qualquer desenvolvimento, de educação. Tal como hoje os vemos (aos Africanos, CS), assim foram sempre. Na "imensa energia do arbítrio natural que os domina, o momento moral carace de poder preciso". As manifestações mais espantosas da natureza humanas encontramo-las em África. Aqui, neste continente, "prisioneiro do espírito natural", não há história, África "não faz parte do mundo histórico, não mostra nem movimento nem desenvolvimento". E se alguma história houve e há, como no Norte, foi e é devido à influência da Ásia e da Europa.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 289-291.
 (continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Este Sr Hegel...

Anónimo disse...

Bastante ignorante. Mas sera necessario/importante demonstra-lho ?

Rafael