18 março 2011

Desmobilizados de guerra, mobilizados da história (2)

O segundo número desta nova série.
Escrevi no número inaugural que faz anos que jornais, blogues e redes sociais se povoam com os desmobilizados de guerra do nosso país.  Regra geral, o tema está cheio de pronunciamentos, de condenações, de ameaças, de promessas de manifestações, de cancelamentos à última da hora, de acordos prometidos, de quase acordos, de acordos supostamente desfeitos, de acordos denunciados, uma real história de amor e ódio, de fidelidade e pecado. Creio que o mais recente relato está aqui.
Mas o que é que está em jogo para além do que parece estar em jogo? O que, em primeiro lugar, está em jogo é - na minha hipótese - a fragmentação de uma dada e longa concepção da história, uma concepção da história que fazia dos produtores da nação na luta armada de libertação nacional os únicos com direito ao futuro. Mas a história estendeu-se, tornou-se cissípara, os modelos determinísticos romperam, as bifurcações constituíram-se como regra e os desmobilizados de guerra deram e dão lugar aos mobilizados da história, entre os quais parece que até os Naparamas (para traduzir, aqui) exigem o futuro.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Umas história cheia de espinhos pode crer.