15 março 2011

Cinco riscos espreitando os jovens cientistas sociais moçambicanos (1)

Creio ser possível considerar cinco importantes riscos que espreitam os jovens cientistas sociais moçambicanos. Quais são esses riscos? Esses riscos são os seguintes: (1) o risco do amor ao conforto do gabinete, (2) o risco do amor às opiniões, (3) o risco do amor às consultorias dos temas da moda, (4) o risco do amor à ascensão política e (5) o risco da vaidade paroquial.
Deles falarei proximamente.
(continua)

8 comentários:

Xiluva disse...

Hummmmmmmm vamos lá ver o que vai sair!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Analise interessante professor. Talvez acrescer algo, a diferenca entre o contexto no qual operaram os mocambicanos que se distinguem do que o professor designa jovens cientistas sociais e o contexto dos ultimos, incluindo a contribuicao dos primeiros para o status dos ultimos.

Salvador Langa disse...

Excelente Professor.

ricardo disse...

Nao sendo eu especialista na area, digo porem que as descricoes assentam que nem uma luva a um grupo de cientistas-proveta sociais, recentemente colocados no mercado...So para ver, um deles obteve o canudo de Sociologo para poder ser promovido a chefe de um departamento de Informatica! Ha dez anos atras, quando o conheci, era o responsavel pelo Grupo Dinamizador local.

Ha quem pense que ser cientista social e so escrever umas coisas complicadas que ninguem percebe e fazer algumas poses na TV.

Mas nao e.

Anónimo disse...

Caro Professor, a vaidade começa quando simples licenciados são apelidados de Jovens Cientistas.

Profissionais licenciados dos diferentes ramos das ciências (social, política, económica, militar, etc., etc.), não são, necessariamente,Cientistas.

Letras Multicultural disse...

Prezado professor. Concordo com o que pontua e fico no aguardo no desenvolvimento destas questões. Grande é este mal-estar que sentimos, sejamos estudantes, pesquisadores, cientistas da sociedade, ao criticarmos a engranagem dos engessados sistemas sociais pois por vezes precisamos negociar entre "ser e não ser", "estar e não estar"...

Por isso me recordo da poeta moçambicana Noémia de Souza, quando nos convida: "Se me quiseres conhecer, estuda com olhos de bem ver/ Este pedaço de pau preto que um irmão maconde de mãos inspiradas... Esta sou eu África da cabeça aos pés..."
De quem ela fala? De si ou da identidade que pensam ser ela ou ainda, provoco, de uma identidade inferiorizada que ela, altiva, afirma? Acredito que o sociólogo é um eterno inconformado, mas também um entusiasta, a favor de uma sociedade mais democrática, plural, mas me calo aqui para não ser parada na vaidade do ponto destacado por ti, "(2) o risco do amor às opiniões, (3) o risco do amor às consultorias dos temas da moda,". Bela e suscinta provocação, abraços.
Isabel.

Boaventura disse...

Ora aqui está um tema bem precisado nesta minha terra cheia de doctors de lapela que nunca mais acabam.

Rui Anselmo disse...

Bom tema para discutir. Depois de ler os comentários dos outros, tenho a comentar que: concordo com o anónimo, quanto a necessidade de definir/explicar e caracterizar o "cientista social" (o que é, quem é, quais os parâmetros de acção dum cientista social). Dos coméntários, a 1a figura mais apontada é do sociólogo(mas, formar-se em sociologia, significa, necessariamente ser sociólogo e - talvez até - cientista social?). Isto para não falar de outros ramos.
Um recado, anónino: em última análise, a política e economia fazem parte são estudadas pelas ciências sociais, ou, fazem parte do que se chama ciências sociais). Neste aspecto há uma questão interessante: "em que medida os formandos e formados pelas faculdades de economia e gestão (de uma forma geral) e da UEM, em particular, desenvolvem a actividade de pesquisa nessa área?
Por hora é tudo.