O término desta série, com mais algumas ideias.
Num dos seus livros e a propósito da terapia decorrente da gestão e do controlo das forças do invisível, o psiquiatra Tobie Nathan escreveu que o doente pouco interesse tem enquanto tal. A doença é, especialmente, o pretexto para uma dada comunidade se analisar e reencontrar.
Digamos que a doença não é um problema individual, mas um problema colectivo, um problema social bem mais do que um problema orgânico. Na biomedicina a doença tem as fronteiras confinadas ao corpo; na espíritodetecção e na espíritoterapia, as fronteiras estão na família ou na comunidade.
Tenho para mim que há todo um grande trabalho de pesquisa e de reflexão a fazer sobre os mecanismos de gestão das forças do invisível que se apoia no pensamento simbólico analógico e mágico. Creio que isso pode contribuir para alargar epistemologicamente a nossa visão da saúde mental no país.
(fim)
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