Como nasce a estrutura da tribalidade e como funciona a sua prática?
A estrutura da tribalidade nasce na interacção social quando gerimos, protegemos ou almejamos monopolizar recursos de vida e poder fundamentais, quando praticamos a estrutura social dos semáforos: primeiro estão, passam ou ganham os nossos, depois os outros se algo restar ou permitirmos (neste trabalho, a tribalidade não tem a ver com o sentido clássico de tribo, mas com o sentido múltiplo de identidade grupal e política).
A estrutura da tribalidade tem um princípio ideológico simples: o nosso grupo (família, linhagem, classe de idade, região, clube desportivo, unidade militar, sindicato, partido político, agrupamento de bairro, religião, agrupamento científico, clã ideológico) tem o direito histórico à preeminência, ao usufruto social e à verdade. É esse princípio que comanda a selecção identitária de pessoas, adeptos, apaniguados, crentes, militantes, funcionários e parentes.
Abre-se o envelope do concurso estatal apenas para pôr em funcionamento o êmbolo do semáforo social; expõe-se a floresta para melhor ser-se a árvore.
De alto a baixo do edifício oficial, o princípio do semáforo social organiza a selecção e a colocação tribal.
Periodicamente, em dias festivos, um discurso veemente apela à universalidade cidadã, ao vigor da nação gloriosa e múltipla, aos sagrados direitos e deveres de todos, procurando evitar o fulgor excessivo do verde tribal.
Depois, com a naturalidade com que a noite sucede ao dia, o semáforo social continua a estabelecer as regras da vida. No geral dos carris circula, como sempre, a nossa automotora (imagem reproduzida daqui).
1 comentário:
No entanto, que las hay, hay...
Certos ministerios por exemplo, parecem autenticas "republicas" tribais.
Desde 1975. E nao tem hora para mudar.
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