Uma das formas mais clássicas de escamotear a análise dos problemas internos consiste em atribuir ao exterior uma malevolência e/ou uma premeditação primordiais. Se algo de mal acontece no interior é porque o exterior sempre premedita a maldade (tese forte) e/ou interpreta mal a realidade (tese branda). É nesse meio que nascem as teorias da conspiração, da mão externa, etc.; é nesse meio que se naturaliza o branqueamento de responsabilidades através da inocentização sistemática de actores internos.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Moçambique é um caso clásico: os outros são sempre os culpados e a paranóia da mão externa usada ad nauseam.
mania da vitimizacao? ou mania da conspiracao? o diabo que escolha...
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