30 junho 2010

Termos úteis: geração e viragem (3)


Mais um pouco da série.
No número anterior propus quatro razões por que os termos geração e viragem são politicamente úteis.
A primeira razão é porque quem produziu a expressão geração da viragem tem conseguido que seguidores e críticos operem rigorosamente, fatalmente, no interior do seu molde analítico. Respondendo, intervindo, seja a favor, seja contra, é no coração desse molde analítico (nas suas premissas) que as mentes se movem, mesmo quando dele pensam estar livres, mesmo quando dele julgam ser independentes. Se contrapusermos que preferimos dizer geração da pureza, por exemplo, é no molde proposto que reflectimos, estamos definitivamente enredados nele, pertencemos-lhe, somos-lhe. A árvore analítica que orgulhosamente plantamos convencidos de que é independente, é, apenas, afinal, uma filial da primeira, uma sua funcionária, um seu clone menor. No desacordo das formas, mostramos acordo na matriz proposta. O termo geração federa-nos. E assim vamos propagando a ideia original. Na realidade, estamos perante uma teia de aranha, perante um molde imperial, fagocitante.
Imagem reproduzida daqui.
(continua)

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