15 agosto 2014

Acordo, Estado e paz no Moçambique pré-Outubro (10)

*O que significam acordo, Estado e paz no Moçambique pré-Outubro, quer dizer, antes das eleições gerais marcadas para esse mês?
*Em 1919, numa conferência, o sociólogo alemão Max Weber disse o seguinte: "O Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território".
*"Os nossos homens têm armas em todo o país", disse Rahil Khan, acrescentando que o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado pela Renamo e o Governo em 1992, permite aos antigos guerrilheiros manterem o armamento.
Décimo número da série. Eis a oitava nota sobre o futuro Acordo de Maputo, que deverá ser assinado muito brevemente pelo presidente da República, Armando Guebuza, e pelo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama. Escrevi, no número anterior, que as guerras terminam, mas as representações sociais que as acompanharam e enquadraram podem perdurar por muito tempo. Na verdade, o aguilhão pode ser tenaz. Uma outra formulação: as condições sociais geradoras de representações sociais de um certo tipo podem desaparecer sem que estas últimas desapareçam. Um grande esforço pode ser necessário para desarmar o seu aguilhão gerador, seja ao nível dos contendores directos, seja ao nível dos seus intelectuais de serviço. Se se aceitar que a formulação do problema, tal como foi apresentada, faz sentido, permitir-me-ei passar ao ponto seguinte, o da amnistia, autêntica dupla face de Jano. Autêntica dupla face de Jano por quê? Aguardem o seguimento.

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