Décimo sexto número da série. No número anterior escrevi que se excluirmos uma análise em termos de relações sociais concretas seremos presas fáceis da teoria idealista de que a pobreza habita a cabeça, de que a pobreza é coisa de espírito ou de défice de espírito. Na verdade, nada é mais ingénuo do que supor que cada um de nós, com sua vontade, com o seu querer, de per si, é livre de mudar as relações sociais ou de as pôr ao seu serviço pela varinha mágica da vontade; do que supor que é com o esforço individualmente considerado que a vida muda em sua configuração e em sua teia relacional. Semelhante tipo de suposições radica na crença de que o social é uma mera adição de indivíduos, uns melhores e outros piores, uns capazes e outros incapazes, uns regidos por Deus e outros, pelo Diabo. Permitam-me prosseguir mais tarde (imagem reproduzida daqui).
(continua)
Sugestão: recorde a minha série em sete números intitulada Onde moram os pobres?, aqui.
3 comentários:
http://www.rm.co.mz/index.php/the-news/5084-nao-ha-distribuicao-da-riqueza-guebuza.html
O Cuba não poderia ter arranjado melhor exemplo...
Excelente é a palavra que tenho.
Enviar um comentário