"Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem" (Bertolt Brecht)
Mais um pouco da série.
Escrevi no número anterior que a nossa concepção é a do ruído, da explosão, a daqueles momentos veementes que escamoteiam as condições violentas não violentas que, por acumulação progressiva, geram a repentinidade da violência violenta que parece, afinal, não radicar nessas condições.
Por isso tendemos a fixar a grandiosidade dessa violência violenta, a singularizar os casos, a dar-lhes uma dimensão psicológica, a ampliar os efeitos individuais.
Particularmente, tendemos ao pensamento circular, cuja formalização pode ser feita através deste diálogo imaginário: por que A é violento?; porque a violência é uma característica de A; que provas tem disso?; não vê que A é violento?
Assim armados, dividimos confiantemente o mundo em violentos e calmos, auto-explicativos nos dois casos.
Termino mais tarde.
Mais um pouco da série.
Escrevi no número anterior que a nossa concepção é a do ruído, da explosão, a daqueles momentos veementes que escamoteiam as condições violentas não violentas que, por acumulação progressiva, geram a repentinidade da violência violenta que parece, afinal, não radicar nessas condições.
Por isso tendemos a fixar a grandiosidade dessa violência violenta, a singularizar os casos, a dar-lhes uma dimensão psicológica, a ampliar os efeitos individuais.
Particularmente, tendemos ao pensamento circular, cuja formalização pode ser feita através deste diálogo imaginário: por que A é violento?; porque a violência é uma característica de A; que provas tem disso?; não vê que A é violento?
Assim armados, dividimos confiantemente o mundo em violentos e calmos, auto-explicativos nos dois casos.
Termino mais tarde.
(continua)
2 comentários:
Curto e brilhante, Professor.
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