03 abril 2011

Das mulheres de Bourdieu às mulheres de Touraine (9)

E se, por acaso, as mulheres gostassem mesmo de ser apenas só mulheres? E se gostassem de ser dominadas dominando pela feminilidade? Perguntas bizantinas, decerto, perguntas impertinentes para um certo feminismo masculinizado de hoje, perguntas que me levam a repetir uma série de 2007. Prossigo-a com mais este número.
Estamos confrontados com dois paradigmas, paradigmas que são, afinal, os únicos na história do amor, na história das relações, múltiplas e sem história, entre homens e mulheres. Mas estamos, também, confrontados com dois modelos de visão da vida que nunca saberemos se precedem, se coexistem ou se sucedem à pesquisa. Este o eterno e secreto segredo que  - creio - habita em permanência a trajectória de cada pesquisador.
Prossigo mais tarde.
(continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

Professor, a conversa entre Bourdieu e Touraine parece uma retomada da conversa entre Durkheim e Kant. Bourdieu ecoa o primado Durkheiminiano da sociedade sobre o sujeito, enquanto que Tourain ecoa o primado Kantiano da liberdade. O resultado e uma conversa de extremos, a vida passa a ser pensada como dominacao "ou" liberdade. Nessa conversa, me parece, perdemos de vista que a vida possa ser dominacao "e" liberdade mas, tambem que possa ser algo para alem desses dois quadros. Vieira