Se é o homem é a medida de todas as coisas, a política é a medida de todos os heróis.
Vamos lá então avançar um pouco nesta encruzilhada samoriana.
Perguntei-me e perguntei-vos anteriormente quantos prismas é possível adoptar no tocante a Samora Machel, ícone nacional este ano tornado modelo político. E perguntei-me e perguntei-vos por quê.
Prossigo na abordagem do prisma social inconveniente, aquele que salienta o transformador social que habitava Samora.
Escrevi no número anterior que a teorização do esforço para mudar as relações sociais requer ter em conta duas coisas: a produção teórica da mudança e as consequências da prática dessa produção. Ambas as coisas fazem a história do que chamo prisma social inconveniente.
Ora, esse duplo legado é hoje muito incómodo para o actual bloco hegemónico da Frelimo. Na verdade, o bloco está confrontado com um duplo constrangimento: por um lado, zeloso da história da preeminência política e da vitória sobre o colonialismo, tudo faz para manter Samora no panteão neutral dos heróis independentes das vicissitudes do tempo, das relações sociais e das opções políticas actuais; por outro, comandando um poderoso e remunerador sistema de relações capitalistas, não tem óbvia e absolutamente qualquer interesse seja em accionar a transformação das relações sociais vigentes, seja em recordar a prática das tentativas que, nesse sentido, foram feitas (é através deste segundo eixo que se compreende a crítica feita a Marcelino dos Santos, descendente do bloco hegemónico samoriano, pelo secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde). Prosseguirei mais tarde este fascinante tema do duplo constrangimento.
Prossigo mais tarde (crédito da foto aqui).
Vamos lá então avançar um pouco nesta encruzilhada samoriana.
Perguntei-me e perguntei-vos anteriormente quantos prismas é possível adoptar no tocante a Samora Machel, ícone nacional este ano tornado modelo político. E perguntei-me e perguntei-vos por quê.
Prossigo na abordagem do prisma social inconveniente, aquele que salienta o transformador social que habitava Samora.
Escrevi no número anterior que a teorização do esforço para mudar as relações sociais requer ter em conta duas coisas: a produção teórica da mudança e as consequências da prática dessa produção. Ambas as coisas fazem a história do que chamo prisma social inconveniente.
Ora, esse duplo legado é hoje muito incómodo para o actual bloco hegemónico da Frelimo. Na verdade, o bloco está confrontado com um duplo constrangimento: por um lado, zeloso da história da preeminência política e da vitória sobre o colonialismo, tudo faz para manter Samora no panteão neutral dos heróis independentes das vicissitudes do tempo, das relações sociais e das opções políticas actuais; por outro, comandando um poderoso e remunerador sistema de relações capitalistas, não tem óbvia e absolutamente qualquer interesse seja em accionar a transformação das relações sociais vigentes, seja em recordar a prática das tentativas que, nesse sentido, foram feitas (é através deste segundo eixo que se compreende a crítica feita a Marcelino dos Santos, descendente do bloco hegemónico samoriano, pelo secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde). Prosseguirei mais tarde este fascinante tema do duplo constrangimento.
Prossigo mais tarde (crédito da foto aqui).
(continua)
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