Número anterior aqui. A modalidade de indução apresentada no número anterior (Charles Peirce chamou-lhe abdução), a que chamo indução mecânica (IM), é porém, disse-o já, subjectivamente boa e socialmente útil. Primeiro, porque é contextualmente lógica (não surgiram as dores de cabeça das duas vezes que bebi água gelada?); segundo, porque dá-nos uma orientação na vida, permite-nos fórmulas simples de “racionalização”, de adaptação e de compensação fáceis (por exemplo: mesmo se as dores são aborrecidas, pelo menos sei a sua origem; ou: não é isso evidente? Etc.).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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