A passagem da humanidade do campo à cidade é a passagem das coisas localizadas para as coisas globalizadas; das verdades unidireccionais para as verdades pluridireccionais; das identidades de conhecidos para as identidades de desconhecidos; dos pequenos riscos domesticáveis para os riscos urbanos e planetários; dos fenómenos encobertos para os fenómenos descobertos; do boca-a-boca aldeão para a multidimensionalidade imediata e sem fronteiras dos jornais, da publicidade, da televisão, da internet, das redes sociais e dos celulares; dos monosentidos para os plurisentidos; da sexualidade fechada para a sexualidade pública; dos caciquismos e das teocracias para as democracias eleitorais.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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