13 novembro 2014

Resultados eleitorais e teses preguiçosas (6)

Sexto número da série. Permaneço no segundo ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 2. Teorias estrangeiras ao trabalho de campo: o analista de gabinete. Escrevi no número anterior que os imensos recursos oferecidos pela internet, a ciberinformação e a credulidade de muita gente contribuem para que se dê crédito às teorias estrangeiras ao trabalho de campo.
Estrangeiras ao trabalho de campo por quê? Na verdade, muitos dos chamados analistas que surgem nas rádios, nas televisões e nas páginas de artigos de opinião têm o seu conhecimento reduzido a um pouco de leitura na internet e nos jornais mais faits divers e aos cenáculos de bula-bula trivial. Trabalho sério, aprofundado, não existe; conhecimento real de situações, de contextos, não existe; verdadeira pesquisa empírica, de terreno, não há. É tudo feito no conforto dos gabinetes, das vaidades palacianas e, em não pocos casos, da moral partidária (frontal ou disfarçada), aqui e acolá com o tempero de um pouco de estatística.
Não conhecem hipóteses e humildade, apenas conhecem certezas e vaidade.
Temos analistas que analisam partidos e eleições sem conhecimento real da vida desses partidos, sem investigação in situ dos diversos momentos eleitorais, sem nunca terem visitado a Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. Mais: sem se preocuparem com categorizar os problemas. Mas este é um tema a tratar no próximo número.

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