07 novembro 2014

Do pensamento de António Sérgio

Interessa-me o movimento e não a chegada, o pensamento mais do que a certeza, não a história mas a mentalidade com que a abordamos, não as conclusões da análise mas a própria análise, não o eruditismo arquivístico mas a análise; não são os factos que me interessam mas a actividade intelectual, interessa-me mais a análise de um tema do que o achado de um testemunho histórico, mais o instrumento do que a obra, mais os espíritos do que os papéis; não são as conclusões de qualquer análise que provocam uma actividade intelectual efectiva mas a própria análise, não viso a dar dogmas mas a excitar os espíritos, formulo problemas não dou soluções; uma hipótese fecunda tem mais valia do que a nudez de um "facto". - selecção e adaptação pessoal de algumas das posições do ensaísta e pedagogo português António Sérgio, in Ensaios, Obras Completas, Tomo IV. Lisboa: Clássicos Sá da Costa, 1972, pp. 204-224.
Observação: António Sérgio, Friedrich Hegel, Karl Marx, Henri Bergson, Pierre Bourdieu, Gaston Bachelard, Aimé Césaire e Amílcar Cabral moldaram e moldam muito a forma por que estudo e analiso o social.

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