Neste diário, em postagem de 2011: "Há muitos anos era assim: chapas de caixa aberta apinhados de gente. Depois isso acabou e passámos a chapas fechados. Não é que estes andassam e andem menos apinhados, mas pelo menos a desumanidade do transporte ficava e fica um pouco disfarçada, tapada. Agora, a história regressou em força, são aos montes as carrinhas abertas, as camionetas transportando gente em condições horríveis, sem quaisquer condições de segurança e muitas delas em mau estado mecânico. É penoso ver o espectáculo diário desse tipo de transporte, é penoso saber que as pessoas aceitam viajar assim, mas não é menos penoso saber que é o Estado que autoriza semelhante situação. Enquanto isso, aqui e acolá, entre escárnio e resignação, passantes largam frases compensatórias: "Ali vão os bois! (em Xangaan: A ti homo!)". Há quem acrescente: "Para o matadouro! (A thomo tiya kudlayiwene)". Aqui. Finalmente: recorde este meu texto intitulado Produção social de resignação chapacem, publicado nesta diário em 2011 aqui e colocado aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
A manutenção dos casamentos pode não ser apenas por amor mas também por habituação ... e um certo medo de arriscar por uma felicidade superior a que já gozamos que, para todos efeitos de aparência, já é uma felicidade ( sobretudo se comparada com os horrores do colonialismo e do apharteid)
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