06 janeiro 2014

Não há lugar para luto nacional no país?

Impressionante a homenagem portuguesa a Eusébio. E nós, aqui? Para além das mensagens de pesar, que mais fizemos? Não há lugar para luto nacional no país? Não houve lugar para uma bandeira moçambicana abraçando os restos mortais do génio futebolístico da Mafalala?

5 comentários:

Salvador Langa disse...

Se calhar há contenciosos que não conhecemos. Mas é uma pena que a pátria de Eusébio não o homenageie mais profundamente.

ricardo disse...

Pelos vistos nao ha. Seria preciso ressuscitar Samora Machel para haver...

Unknown disse...

Quando se nasce e cresce numa sociedade em que determinadas pessoas são "pulverizadas", quase sempre injustamente, prolifera o ódio, a intolerância, o desprezo, e, mormente, a ideia de que não é/era nosso, não é/era de gema, etc.

Como apreciador da História Contrafactual ou Virtual fiz uma "autopsia" à história de Eusébio e a partir de então passei a compreender e a conhecê-lo melhor.

É da mesma forma que compreendi outras sumidades que alguma doutrina as apodava e ainda apoda de reaccionários, "vende pátria", traidores, etc.

A mesma "pulverização" fazem contra Lurdes Mutola, tudo porque a "menina do ouro" optou por viver fora do país. Não tardará, "até que o galo cante três vezes", a sociedade não a perdoará por esta escolha.

Eu acredito que o Conselho de Ministro vai decretar, amanhã, luto nacional (...) em memória de Eusébio. Será isto suficiente? Penso que não. Eusébio merecia um pouco mais.

Eu gostaria de compreender melhor a POLÍTICA, mas não consigo.

Por causa disto, um amigo escritor lembrou-se o seguinte:

"repara numa coisa: O Poeta José Craveirinha --- e tantos outros bons intelectuais da Criação que nasceram em Moçambique, como o Noronha, o Inocêncio de Freitas, o Jorge Viegas, o Heliodoro Baptista, Calane da Silva, Catano de Sousa, Glória de Santana, Irene Gil, Guilherme de Melo, Carlos Serra, Roberto Cordeiro, Rui Knopfil, Noémia de Sousa, Sebastião Alba, Nuno Bermudes, Virgílio de Lemos, etc., etc., etc., todos eles Homens «da palavra escrita» e que há muito permanecem (penso mesmo que sempre permaneceram...) «no silêncio dos inoportunos», no fundo da gaveta do esquecimento..."

PARA TERMINAR, HÁ QUE ENFATIZAR O SEGUINTE: A ALMA DE EUSÉBIO NÃO PRECISA DE PANTEÃO NENHUM, PORQUANTO A SUA GRANDEZA NÃO CABE EM JAZIDAS PEDRAS, SUJEITA A ACÇÃO DEMOLIDORA DO TEMPO, MAS SIM NO PERPÉTUO CORAÇÃO DO POVO DE TODO O MUNDO, QUE LHE RENDERÁ, HOJE E SEMPRE, A VERDADEIRA HOMENAGEM. UM HOMEM ASSIM, COMO FOI EUSÉBIO, É UMA RELÍQUIA QUE ENSINA E MANDA RECADOS.

Zicomo

Lurdes disse...

Eusébio pela sua postura é uma referência universal.
Gostei de ver a homenagem que lhe fizemos em Portugal.
Gostava de ver essa homenagem na sua terra natal.
É-lhe devida.L.

Rogério G.V. Pereira disse...

Dois excessos
Um pela insistência outro pela ausência

Ainda um dia haverá o equilíbrio necessário