19 maio 2013

A festa

Através da estação televisiva STV no seu noticiário das 20 horas, soube que a partir de amanhã deverá acontecer a greve dos médicos anunciada pela Associação Médica de Moçambique (AMM). A estação mostrou imagens de um documento a ser assinado pelo presidente da AMM e por alguém que julgo ser o presidente da Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos. Mas isso não foi para mim o mais importante: o mais importante foi ver profissionais de saúde, creio que enfermeiros e pessoal auxiliar, a dançar e a cantar com imensa alegria, como se numa festa estivessem, à retaguarda dos assinantes do documento.
Observação: seja qual for o contexto cultural, sejam quais forem as exigências, sejam quais forem as razões, dói ver pessoas dotar a festa de um estatuto privilegiado e único para anunciar uma greve - afinal uma abstenção - face à doença e à dor nos hospitais públicos do país.
Observação 2 às 21:19: no noticiário aqui em causa, da STV, o médico Jorge Fernandes de Quelimane, afirmou que nessa cidade também seria observada a greve. Acrescentou que poderão ser afectados não os que têm condições para se tratarem na África do Sul, mas os outros, os que não têm. Este é, sem dúvida, um ponto para reflexão.

1 comentário:

nachingweya disse...

A Primavera Arabe começou com menos, muito menos. É mais que tempo de o Governo perceber que está a governar um país com pessoas e não um pavilhão de frangos...que não pensam. Então em Janeiro o Governo negoceou e concordou em a)b)e c) com a AMM mas na pratica impos a')b')e c'. Sem explicações de nenhuma natureza. Ora, isto não lembra a nenhum ente sério que tenha beneficiado de alguma educação.
É condenável que, outra vez num mesmo ano, as pessoas náo tenham assistência médica mas na minha opinião a culpa é toda das hierarquias governamentais em vigor pois não mantendo a palavra que selaram com um grupo de governados mostram em que conta têm eles o Povo.
Sou pelo fim imediato da greve e a formula está nas mãos do Governo. e a solução mais sustentável até pode passar por baixar os salários da função pública. Mas que se faça para todos! Isto de um Governo afirmar que o servente do banco tem de ter um salario acima dos 6000, o de gas 4 o da agricultura 2 o da saude 3,5 e o das alfandegas 10 não lembra sensatez.