22 julho 2012

Novas reservas indígenas

Tiram-nos das suas terras na fantástica saga mineral, metem-nos em locais não desejados, cortam o cordão umbillical de culturas e hábitos, fabricam um verniz de bem-estar sobre o qual os destinatários não foram consultados. Depois, prosperam nos negócios exportadores com seus parceiros locais, negócios de onde, ontem como no futuro, são arredados, como accionistas, os pobres habitantes das novas e tristes reservas indígenas. A rematar a abóbada do edifício, proclama-se, em solenes seminários e na imprensa de ponta, que o desenvolvimento é irreversível.
Observação: esta é uma postagem baseada em algumas ideias e fotos de Carlos Serra Jr.

4 comentários:

nachingweya disse...

Diz-se que o feiticeiro só entra quando alguém da casa lhe abre a porta, lhe faculta o DNA.
E assim, pela mão dos não distraidos locais, os atentos gringos vão transferindo a experiência com índios e aborígenes de outras latitudes no maneio das populações indígenas de Moçambique.
Ao crescimento do PIB se chama desenvolvimento mesmo que a troco de qualidade de vida e penhora das gerações vindouras.
Exportar cem milhões de toneladas físicas e métricas da natureza- pátria por ano civil é a única estratégia de desenvolvimento dos nossos não distraidos!

ricardo disse...

PRO-SAVANEMOS!

Salvador Langa disse...

O Professor costuma dizer que duas vezes se repete a história da primeira como drama da segunda como farsa.

Marta disse...

E nestes casos a memória é curta...