8. As artérias da Laurentina preta. Este é um tema capaz de nos levar num ápice a robustos exercícios de execração moral. Mas não farei isso. A terminar: acredito que o geral das pessoas que lê jornais ficou indiferente aos secretos conteúdos do anúncio. E como as pessoas que lêem jornais no país são uma minoria, então parece ser possível defender que a laurentina preta seguiria a sua espumante e fresca vida se não tivesse surgido um poderoso grupo de pressão a interceptar o anúncio, a estudá-lo e a revelar o que considerou ser uma sexualização abusiva. Escreveu um dia Roland Barthes que o coração é um órgão fêmea. Confrontado, então, com o que ele chamou cardiologia moral, só me resta seguir as pisadas do bom senso feminino, saudando a laurentina como cerveja e não como veículo de publicidade discriminadora.
E assim, para fazer uso do anúncio, esta série foi de boa para melhor.
(fim)
3 comentários:
Gosto da expressão "cardiologia moral".
E a cerveja é "fêmea"...
"esta serie foi de boa para melhor".
Sem Duvida, Meu Mestre.
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