27 dezembro 2011

Apóstolos políticos

O país tem três tipos de apóstolos políticos: da graça, da desgraça e de Jano.
Os da graça apenas celebram virtudes e vitórias; os da desgraça encontram somente defeitos e derrotas; os de Jano são aqueles que, eclécticos, entendem que o país tem avanços e recuos, virtudes e defeitos, vitórias e derrotas.
A catalogação do estado de nação é fortemente marcada por cada uma dessas estradas éticas, de asfalto moral denso, de recorte psicologizante acentuado.
Centrada em pessoas-em-si, coisas, números, aspectos individualizados e combate político, essa catalogação evacua permanentemente a análise clínica das relações sociais, dos conflitos de poder e prestígio, dos grupos e das classes inscritos em modos de produção e de distribuição concretos, o estudo rigoroso da formação e da reprodução do pensamento social.

5 comentários:

Anónimo disse...

Hermenigildo Gamito pode cair na lista dos opostolos da desgraca! condenou o uso excesso de bens de estado na campanha de Cuamba! o meu amigo e colega de Faculdade Sergio Pantie , de forma nao academica quanto tanto gostarei de ver a reagir, Recusou, de forma bem "negada" que tal facto tenha acontecido......os segos de sexto sentido para sentir o que nao viram......

Langa

Salvador Langa disse...

Ora então bom dia Professor neste dia 27. Apóstolos...Eu costumo dizer "militantes".

TaCuba disse...

Os "apóstolos da graça" andam mais cautelosos...

Tomás Queface disse...

Eu arrisco em adicionar que os apóstolos passam a ser da graça quando o seu partido, grupo ou movimento detém e exerce o político. Mas estes deixam de ser da graça e pasam a ser apóstolos da desgraça no momento em que se transformam em grupo de pressão. Aqui, não vê nada de positivo todas as propostas vindas do grupo a quem se opõem.

Felippe disse...

Prezado professor, pela interseção da Graça com a Desgraça apareceu Jano, no melhor sentido da palavra; e não poderia ser diferente pois o mundo foi feito de erros e acertos, de frente e verso. Cabe ao ser social ter a oportunidade de reconhecer a si mesmo numa ação coletiva, ética e moral( pois são os lados de uma mesma moeda), por princípios, para a reação vir à cabo. O probo subterfúgio dos que individualizam o ser como uno e consequentemente se transvestem de relações sociais efêmeras, está na vitrine de sua própria "produção", sendo eles capazes sim, da indução de transformar o indivíduo social capaz de produzir o pensamento social(coletivo), em um objeto.