Um formoso anúncio publicitário anunciou num jornal do país estar em funcionamento na cidade de Maputo, numa zona de habitações de luxo, o primeiro hospital privado do país. No anúncio lê-se que "Estamos empenhados em criar um ambiente saudável e propício à cura de cada paciente". Ainda mais cativante sobre o tipo de cuidados ministrados aos pacientes (lê-se: "fornecer o máximo de compaixão e de calor") surge em inglês no portal da empresa, creio que sul-africana, aqui.
Observação: não tenho qualquer dúvida de que aqueles que solicitarem os serviços do hospital privado serão excelentemente tratados, com compaixão e calor, o tratamento aí não é, certa e absolutamente, aquele descrito pelo nosso ministro de Saúde, Alexandre Manguele, aqui. Porém, em alturas como esta, existe em mim o deplorável costume de ver saltar um fusível na memória. O fusível que desta vez saltou teve a ver com um sobreaquecimento provocado por uma coisa que Samora Machel dizia com frequência sobre os hospitais em sociedades capitalistas, como nesta formulação dos anos 70 do século passado: "O tratamento médico, o especialista, os cuidados adequados não existem em função das necessidades mas apenas em função de quem os pode pagar", não correspondem "às necessidades reais das massas, mas apenas às necessidades de lucro".
Observação: não tenho qualquer dúvida de que aqueles que solicitarem os serviços do hospital privado serão excelentemente tratados, com compaixão e calor, o tratamento aí não é, certa e absolutamente, aquele descrito pelo nosso ministro de Saúde, Alexandre Manguele, aqui. Porém, em alturas como esta, existe em mim o deplorável costume de ver saltar um fusível na memória. O fusível que desta vez saltou teve a ver com um sobreaquecimento provocado por uma coisa que Samora Machel dizia com frequência sobre os hospitais em sociedades capitalistas, como nesta formulação dos anos 70 do século passado: "O tratamento médico, o especialista, os cuidados adequados não existem em função das necessidades mas apenas em função de quem os pode pagar", não correspondem "às necessidades reais das massas, mas apenas às necessidades de lucro".
4 comentários:
E as clínicas privadas, nada escapa, estamos cada vez mais "desenvolvidos" verdade verdadinha, mas há os sabichões que logo vão dizer que se Samora estivesse vivo ela aceitaria isso, ele já tinha começado a mudar, etc. etc.
Eu ja estava desconfiado...
http://livrepensadormoz.blogspot.com/2011/07/saude-publica-em-fase-terminal.html
Pois, pois.
Para quem conheceu Samora ele jamais voltaria atrás nos seus pensamentos em relação ao que chamava "sociedade exploradora".
O espírito de Samora tem olhos!
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