27 novembro 2011

Diário de campanha (5)

Prossigo a série, abordando mais alguns pontos, mas lamentando sempre não poder estar no terreno observando e ouvindo.
Morte. Reportou um jornal digital que a candidata do MDM a edil de Cuamba, Maria Moreno, prometeu melhorar a qualidade dos serviços funerários locais caso seja eleita. Sem dúvida que é uma preocupação digna. Lembrei-me, então, de que em 1998 um candidato a edil numa cidade do país prometia caixões gratuitos caso fosse eleito. Este tema da morte é, sempre, uma coisa delicada em campanha políticas destinadas aos vivos.
Alcunhas. O povo tem o saudável costume de atribuir a certas pessoas um rótulo, um cliché, uma alcunha, um nome ou uma expressão humorística baseada num traço físico ou de carácter. Se eu estivesse no terreno, procuraria saber que alcunhas são atribuídas aos candidatos a edis. Essas alcunhas podem ser importantes repositórios da história e das expectativas populares.
Séniores. Em Quelimane estão quadros séniores da Frelimo e do MDM, está lá o próprio presidente deste segundo partido, claro indicador da importância política da cidade.
(continua)
Adenda 1: abordo múltiplos aspectos da engenharia eleitoral no seguinte livro: Serra, Carlos (dir), Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, 354 pp., confira especialmente pp. 43-243.
Adenda 2: recorde duas séries minhas, uma em 17 números intitulada Poder e representação: teatrocracia em Moçambique, aqui; outra, em 20 números, intitulada Para ganhar as eleições em Quelimane, aqui.

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Talvez haja uma ou outra surpresa nos resultados, precisamos de equilíbrio nos pratos da política.

BMatsombe disse...

Interessante a história das funerárias e dos caixões...