Prosseguem as análises da chamada crise financeira mundial, crise que é, afinal, a da totalidade do sistema capitalista, do neoliberalismo e do fundamentalismo do mercado. Mas de par vai um outro fenómeno que, creio, não tem merecido a mesma atenção: trata-se da crise da gestão do Estado e dos partidos políticos na estrutura clássica. Um pouco por todo o mundo saltam fusíveis populares a esse respeito, fusíveis que alguns têm procurado associar aos preços dos produtos alimentares ou à mera precariedade social, mas que, em meu entender, são bem mais do que isso, são fusíveis associados ao questionamento das formas convencionais de direcção política. Creio estarmos confrontados com os primeiros sinais de que o futuro poderá ser preenchido por formas cooperativas e autónomas de autogestão da chamada sociedade civil e pelo declínio dos partidos políticos e dos clássicos Estados centralizadores.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
E quem sabe ate, o regresso dos socialistas utopicos da Comuna de Paris...
Porque Kibbutzins ja os ha, ate demais, na desgracada terra Palestina.
Estamos habituados a pensar pelos olhos dos partidos e por isso custa mudar.
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