Estive há momentos, durante alguns minutos, atento a uma estação televisiva nacional que, com grande alarido, no seu noticiário das 20 horas, teve como manchete a cesta básica (recorde aqui e aqui). A grande novidade, agora, é saber que, afinal - nas palavras de um governante -, o país está estável e por isso não precisa da cesta. Só falta saber por que em Março o governo a introduziu. Recorde, neste diário, aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
De: "O País online"
"O primeiro-ministro, Aires Ali, disse ontem, em Nampula, que o país está estável e não há pertinência para a introdução da cesta básica.
De igual forma, Ali não se referiu a nenhum preparativo para acolher a cesta básica, tendo dito que o Governo está a gerir a situação em função da evolução dos preços no mercado internacional."
“Nós vamos analisar a realidade em função da situação. Se o preço do combustível disparar amanhã, vamos tomar outras medidas. Nunca dissemos que a introdução da cesta básica era um dado certo”, disse Ali."
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Documento confidencial revela contradições
“O País” está na posse de um documento confidencial datado de 7 de Junho de 2011, elaborado por uma equipa técnica do Conselho de Ministros, onde se justifica a necessidade do adiamento da cesta básica “para permitir uma reflexão mais aprofundada sobre os seus custos, abrangência e impacto”. Mais ainda, o documento diz que a ser introduzida, a mesma sairia mais cara que o actual sistema de subsídios generalizados, nomeadamente, no pão, arroz de terceira, peixe de segunda e na farinha de trigo.
“O actual subsídio generalizado tem um valor inferior (438 milhões de meticais) ao subsídio à cesta básica (538 milhões de meticais) para seis meses, bem como para 12 meses, 743 e 946 milhões de meticais, respectivamente”.
“Quanto ao subsídio à cesta básica, os custos administrativos (registo dos beneficiários e despesas administrativas) totalizam 202 milhões de meticais, no período de Julho a Dezembro de 2011. No período de Julho de 2011 a Junho de 2012, estes custos totalizam 219 milhões de meticais”. Ou seja, o recenseamento iria consumir mais de metade do valor inscrito no Orçamento Rectificativo como sendo para a cesta básica!
Curiosamente, o ministro Inroga disse, recentemente, que os preparativos para a introdução da cesta básica já estavam num nível de efectividade de 85 por cento, incluindo o recenseamento dos benefeciários."
Numa altura que os EUA estão a beira de uma nova crise financeira, a Europa em luz pirilampo e a Grécia de "gatas" (depois de injectados nuitos milhões de euros), vem o nosso dirigente dizer que o país está estável. Está nos a chamar de estúpidos, só pode ser.
AAS
Conta com a umbrella da China, claro esta, eh,eh,eh (brincadeira)...
Mas palavra de Psicologo (Aires Aly) nao e de se desprezar.
Honestamente, eu prefiro assumir que o cenario do aumento da carga fiscal foi rechacada pela CTA! Esperava-se que os doadores de sempre colocassem ca o carcanhol. Nao o fizeram. Antes pelo contrario...
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