08 maio 2011

Samora, Chissano e Guebuza: os ministros

Pergunto-me sobre a oportunidade de uma equipa constituída por psicólogos, antropólogos, juristas, sociólogos e empresários, proceder a um estudo comparativo sobre o tipo de ministros escolhidos por Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, trabalhando com indicadores do género: sexo, estatuto social, formação académica, probidade, competência, dedicação, propensão para os negócios, popularidade, etc.
Pergunta: o que acham os leitores?

4 comentários:

Salvador Langa disse...

Meu resumo - com Samora tivemos dedicação política, com Chissano tivemos dedicação misturada com negócios, com Guebuza temos cocktail de dedicação, populismo, negócios e ostentação.

ricardo disse...

A meu ver, cada um deles perseguiu objectivos ajustados a epoca em que governaram.

1- Samora, rodeou-se de um governo multiracial, porque os quadros mais competentes da epoca nao eram negros. Alem disso, como progressista, um governo multiracial era um excelente cartao postal para o reconhecimento das suas posicoes na politica da Linha da Frente contra a RSA e Rodesia do Sul;

2- Chissano, reviu o conceito competencia introduzindo tambem a tonica no racial. Pois, na epoca, ja haviam quadros negros em numero suficiente para substituir os nao-negros de postos ministeriais chave, respondendo assim a ala interna de Guebuza e Matsinhe que reivindicavam esse direito. E com efeito, no Governo de Chissano o empowerment negro foi a palavra de ordem;

3 - Com Guebuza, observa-se uma continuidade da orientacao Chissanista no sentido da consolidacao do poder negro. Mas, se antes era uma reivindicacao de uma ala frelimista mais chauvinista, hoje e uma inevitabilidade. Ha cargos e ministerios estritamente reservados a negros. Todavia, ao contrario de Chissano, Guebuza tentou fazer um mix samoriano na sua governacao, perdendo-se na deriva da fidelidade ao Chefe sob qualquer preco. E porque? Porque sempre foi um chefe mediocre, incapaz de ofuscar a imagem de lideres natos como Machel e Chissano. Com isso, ruma para o culto de personalidade. E em consequencia, a intelectualidade que Samora e Chissano de algum modo sempre escutaram, fecha-se em posicao defensiva para ver o que Guebuza, que normalmente pergunta-se a si proprio, ira fazer com os seus mandaretes, mais faceis de manipular a seu bel-prazer, normalmente conhecidos como tecnocratas. E se prestarmos atencao, sao ELES e nao o CHEFE quem se dirige a Nacao para anunciar as mas noticias. A inevitabilidade do tipico Houphouet-Boigny mocambicano...

Em suma, poderiamos dizer que Samora personifica o culto da Necessidade; Chissano, o culto da Legitimidade e Guebuza, o culto da Personalidade.

Mas tambem, devo dize-lo. Se por hipotese lunatica, os melhores ministros de Machel estivessem com Guebuza, duvido que o seu desempenho fosse melhor.

Digo-o, como base no que vivi e na documentacao que conservo sobre aquela epoca.

Xiluva/SARA disse...

Qual dos presidentes apostou mais na capacidade e na eficiência?????

ricardo disse...

Nenhum...