05 abril 2011

A produção do desconforto para conforto social (7)

Escrevi no número inaugural desta série que a produção de desconforto para que haja conveniência e conforto social é um dos mais interessantes campos da vida dos gostos em geral e da ruptura para com o corpo-em-si em particular.
Continuo a tentar partilhar convosco algumas ideias que requerem pesquisa e comprovação.
A sexta ideia é a seguinte: o corpo, esse supostamente perigoso armazém de sexualidade e de subversão, deve ser revestido de roupa ou confinado a espaços nos quais, parcial ou totalmente desnudo, exponha a nudez dentro de limites toleráveis e socialmente aceites. Nestes espaços restritos - que não são propriamente populares - é como se o corpo, não estando vestido, fosse suposto está-lo, é como se o instinto pudesse ser ocultado estando exposto. As piscinas e os campo de nudismo são exemplos.
Prossigo mais tarde com o tema da moda, exercício que é da reprodução transfigurada do corpo.
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

"é como se o instinto pudesse ser ocultado estando exposto" - magnífico.

ricardo disse...

Mas que calcado tao sadomasoquista...