21 abril 2011

África enquanto produção cognitiva (24)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
O desregramento provocado pela morte do chefe é frequente. Por exemplo, no Daomé, quando o rei morre estala um motim no seu palácio, tudo é destruído e surge uma matança geral. As esposas do soberano, que são 3333 (sic), preparam-se para a morte, adornando-se. Todo o laço social na cidade fica quebrado, sucedem-se os assassinatos e os roubos, têm curso as vinganças privadas. Para pôr fim ao desatino, os altos funcionários elegem um novo soberano.
De tudo o que foi exposto, que conclusões se podem tirar do "carácter dos negros" (sic), segundo o filósofo? Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 289.
 (continua)

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