14 abril 2011

África enquanto produção cognitiva (23)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
A dignidade de chefe é, na maioria dos casos, hereditária, mas raramente se adquire de modo pacífico. As guerras são frequentes, ainda que, um pouco, como no norte do continente, graças ao contacto com o islamismo, "os costumes são mais suaves". Mas esta exposição ao contacto significa também que são sujeitos ao fanatismo. São tão pobres de ideias que a mais pequena chega para os levar "a não respeitar nada e a destruir tudo" (sic). Povos tranquilos durante anos "entram de imediato em fermentação e se põem totalmente fora de si" (sic).
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 287-289.
 (continua)

1 comentário:

Xiluva disse...

Ainda bem que nos revela o que esse senhor pensava de nós.