Quem o afirma é Sandile Memela no Thought Leader sul-africano, online aqui. Já agora, permito-me sugerir-vos que leiam um outro texto dele no qual aborda o que chama vitimologia (nas suas palavras, "orientação política que perpetua o estereótipo e o mito de que o povo negro é sempre lamentavelmente uma vítima prejudicada que carece de ajuda"). Aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda às 8:20: tenho escrito muito sobre categorias globalizadoras e globalizadas do género "negros", "brancos", "africanos", "europeus", etc. E certamente continuarei a fazê-lo. Entretanto, sugiro recordem o problema de Simmel, aqui.
Adenda 2 às 9:08: "Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época - Amílcar Cabral e Mário Pinto de Andrade", aqui.
Adenda 3 às 9:11: "Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica", aqui.
Adenda às 8:20: tenho escrito muito sobre categorias globalizadoras e globalizadas do género "negros", "brancos", "africanos", "europeus", etc. E certamente continuarei a fazê-lo. Entretanto, sugiro recordem o problema de Simmel, aqui.
Adenda 2 às 9:08: "Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época - Amílcar Cabral e Mário Pinto de Andrade", aqui.
Adenda 3 às 9:11: "Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica", aqui.
2 comentários:
Creio que ele quer com isso dizer que os negros sul africanos são formados e vivem numa sociedade marcadamente capitalista, de raizes cristãs (com muita influencia angloxassonica) e logo ai, desenvolveram habitos muito parecidos aos europeus (do norte) e americanos (EUA). Isso é o que eu acho.
Acho também que em Moçambique nós fomos formados numa sociedade profundamente marcada pelos portugueses (catolicos) e, por isso, também somos mais assimilados "imitamos" algumas das suas coisas (Veja professor que até nos rigozijamos mais com as vitorias do Benfica e do Porto que com as vitorias das nossas Ligas ou Maxaquenes). Os nossos vizinhos se riem de nós quando comemos arroz e não xima, por exemplo. Isto porque os nossos habitos culturais evoluiram.
E acho que o conforto que a cultura ocidental nos pode proporcionar cativa... a gente até pode nao gostar da ideia, mas disfruta do facto, tanto como o Sr Sandile Memela!...
MF
Eu acho que essa ideia de baixar os standarts para os negros no "matric", vai mais além da vitimologia. Roça o racismo e é derivada da ignorancia (de onde também provem o racismo). Acho que os negros são tão capazes como os brancos e o facto de estudarem numa lingua estrangeira, que na Africa do Sul é muito falada nas familias e na sociedade (não é o caso de Moçambique onde pouca populacao fala portugues), essa desculpa nao procede (há condiçoes para eles vencerem as dificuldades do estudo numa lingua estrangeira. É para eles mais dificil que para os outros, mas não é impossivel). Pelo contrario! Os alunos negros têm a vantagem sair da escola conhecendo bem duas linguas e muitos deles já as falam antes de entrar na escola.
(Eu sou apologista do ensino em linguas maternas, mas acho que o caso é diferente da maioria da Africa).
Concordo com ele quando diz:
"We cannot afford a situation where blacks buy into the myth that they are good-for-nothing victims who cannot overcome their background or work hard, remain focused and disciplined to transcend their material condition."
Também concordo que o problema dos alunos negros nao terem boas notas na Africa do Sul é dos professores que nao criam neles uma atitude e comportamento "super-performers" O mesmo se passa aqui. Quando os alunos chumbam todos na 10a classe a culpa nao pode ser deles ou da sua genetica, senao do sistema e dos professores que trabalham nesse sistema (de cima a baixo, consideradas as devidas excepções).
MF
E isso temos que fazer aqui em Moçambique. Custa mas é preciso fazer!
MF
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