"Estamos na rota certa", "As pessoas estão satisfeitas", "As populações disseram que querem um tractor", "Estamos a vencer as dificuldades", "São orientações do partido", "Os europeus", "Os africanos", "O povo confia em nós" - eis alguns problemas generalizantes do que Georg Simmel chamou, um dia, "unidade psicológica de grupo". Em que consiste essa unidade? Consiste na produção de uma totalidade unitária da qual são eliminadas as diferenças entre os indivíduos. Eis os problemas que Simmel levantou: é a unidade de grupo construída a partir de processos psíquicos dos dirigentes? A partir de um tipo médio? A partir da maioria dos membros do grupo? A partir de que efectivo os desviantes seguros ou prováveis podem ser tomados como quantidade negligenciável? Em que medida o carácter mais ou menos rigoroso da "interdependência funcional" (sic) ligando os membros do grupo autoriza ou interdita tratar a informação lacunar de que dispomos como caução da unidade psíquica do conjunto? O que chamo problema de Simmel permite, creio, interessantes exercícios analíticos, a começar logo pelos políticos.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Eu diria simplesmente: Pensamento Monolitico!
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