06 dezembro 2010

Cientista chinesa opina sobre Costa do Marfim

Creio ser usual sustentar que os Chineses não emitem publicamente opiniões sobre certos temas políticos. Vou mostrar um exemplo contrário retirado do Global Times, a propósito da disputa eleitoral na Costa do Marfim, várias vezes aqui reportada. Especialista em Assuntos Africanos no Instituto de Estudos OesteAsiático&Africanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, He Wenping afirmou que "Com o apoio dos militares, Gbagbo não deixará o poder mesmo sob pressão internacional". E acrescentou a cientista: "A disputa eleitoral na Costa do Marfim prova de novo a dificuldade de implantar a democracia em África", com Gbagbo tomando o poder como um "facto consumado" tal como aconteceu em Madagáscar. Confira em inglês aqui. Para traduzir, aqui.

7 comentários:

ricardo disse...

Eis porque os chineses sao simplesmente EFICAZES E OBJECTIVOS!

Palavras para que?

ricardo disse...

E lembrar tambem que Gbagbo tem o apoio directo de Luanda...

Reflectindo disse...

Provando o que Ricardo diz quanto ao apoio de Luanda Gbagbo eis que José Eduardo dos Santos esteve com enviado de Gbagbo hoje. O texto é também muito interessante.


O cientista chinês deve ter muita razão. O que está acontecer na Costa do Marfim é uma prova crua que é difícil saber de como África vai sair deste embaraco.

Tomás Queface disse...

A pergunta que se segue é: Porquê é que não se consegue implantar a democracia em África? Talvez não sejamos nós que não queremos ver a democracia em África. Lembrem-se que as regras do jogo não são feitas por nós, mas sim pelos os nossos "amigos" do ocidente.

Reflectindo disse...

Queface

Eu não concordo com a tua teoria que é de procurarmos outros. A verdade é que nós não aceitamos as regras da democracia. É só ver o que aconteceu com as eleicões da AEU-UEM para entendermos quanta défice temos em Moçambique-África em processo democrático. E aí meu caro Queface vai dizer que é o Ocidente? Sempre com o argumento de que a culpa é do outro?

Estão aí países africanos como Botswana, Cabo-Verde, África do Sul, Gana, Maurícias que não têm grandes problemas leitorais.

Ainda bem que esta análise em referência seja feita por um chinês.

JOSÉ disse...

O problema de África é o grande déficit democrático, as regras da democracia não podem ser diferentes em África!

Porquê não se consegue implantar (ou consolidar) a democracia em África? Todos os líderes africanos querem mesmo a democracia? Todos os dirigentes querem cumprir as regras?

Estas e outras perguntas requerem respostas honestas!

Anónimo disse...

Para nós os africanos, só são bons os carros, os aparelhos de som, os computadores e outros luxos e outras benesses inventadas e feitas no ocidente (nem compramos máquinas para o trabalho, apenas luxos). Sobre essas coisas não nos queixamos e nem as deixamos de usar porque vêm do ocidente.

Já as coisas que nos responsabilizam, que nos obrigam, que nos levam a trabalhar mais arduamente, que nos levam a respeitar o próximo... essas sim... são inventadas no ocidente e não prestam.

Já agora, digam-me os defensores de que a Democracia não é para os africanos: o que foi inventado em Africa e que os nossos chefes gostam?