Creio ser usual sustentar que os Chineses não emitem publicamente opiniões sobre certos temas políticos. Vou mostrar um exemplo contrário retirado do Global Times, a propósito da disputa eleitoral na Costa do Marfim, várias vezes aqui reportada. Especialista em Assuntos Africanos no Instituto de Estudos OesteAsiático&Africanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, He Wenping afirmou que "Com o apoio dos militares, Gbagbo não deixará o poder mesmo sob pressão internacional". E acrescentou a cientista: "A disputa eleitoral na Costa do Marfim prova de novo a dificuldade de implantar a democracia em África", com Gbagbo tomando o poder como um "facto consumado" tal como aconteceu em Madagáscar. Confira em inglês aqui. Para traduzir, aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
Eis porque os chineses sao simplesmente EFICAZES E OBJECTIVOS!
Palavras para que?
E lembrar tambem que Gbagbo tem o apoio directo de Luanda...
Provando o que Ricardo diz quanto ao apoio de Luanda Gbagbo eis que José Eduardo dos Santos esteve com enviado de Gbagbo hoje. O texto é também muito interessante.
O cientista chinês deve ter muita razão. O que está acontecer na Costa do Marfim é uma prova crua que é difícil saber de como África vai sair deste embaraco.
A pergunta que se segue é: Porquê é que não se consegue implantar a democracia em África? Talvez não sejamos nós que não queremos ver a democracia em África. Lembrem-se que as regras do jogo não são feitas por nós, mas sim pelos os nossos "amigos" do ocidente.
Queface
Eu não concordo com a tua teoria que é de procurarmos outros. A verdade é que nós não aceitamos as regras da democracia. É só ver o que aconteceu com as eleicões da AEU-UEM para entendermos quanta défice temos em Moçambique-África em processo democrático. E aí meu caro Queface vai dizer que é o Ocidente? Sempre com o argumento de que a culpa é do outro?
Estão aí países africanos como Botswana, Cabo-Verde, África do Sul, Gana, Maurícias que não têm grandes problemas leitorais.
Ainda bem que esta análise em referência seja feita por um chinês.
O problema de África é o grande déficit democrático, as regras da democracia não podem ser diferentes em África!
Porquê não se consegue implantar (ou consolidar) a democracia em África? Todos os líderes africanos querem mesmo a democracia? Todos os dirigentes querem cumprir as regras?
Estas e outras perguntas requerem respostas honestas!
Para nós os africanos, só são bons os carros, os aparelhos de som, os computadores e outros luxos e outras benesses inventadas e feitas no ocidente (nem compramos máquinas para o trabalho, apenas luxos). Sobre essas coisas não nos queixamos e nem as deixamos de usar porque vêm do ocidente.
Já as coisas que nos responsabilizam, que nos obrigam, que nos levam a trabalhar mais arduamente, que nos levam a respeitar o próximo... essas sim... são inventadas no ocidente e não prestam.
Já agora, digam-me os defensores de que a Democracia não é para os africanos: o que foi inventado em Africa e que os nossos chefes gostam?
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