07 setembro 2010

Neste diário a partir da meia-noite

"Diário da Zambézia"

8 comentários:

TORRES disse...

Afinal quem escreveu o livro de Historia de Mocambique que estamos a usar nas escolas?
Diziam:
1. Mondlane morreu nos escritorios da Frelimo - FALSO; Morreu numa casa particular;
2. Que o primeiro tiro foi dado a 25 de Setembro de 1964 - FALSO; estive numa palestra dada pelo Gen. Chipande em que ele esclareceu que a historia do 1 tiro foi uma convencao e que, antes, varios guerrilheiros ja tinham disparado contra as autoridades portuguesas;

Nao vou aqui mencionar outras falsas versoes de historia porque este espaco nao e para isso.

A pergunta que fica e: sera que ainda temos que acreditar nas historias que hoje temos nos livros?

V. Dias disse...

Enquanto os "protagonistas da história" continuarem vivos, verdade alguma teremos.

A guerra pode ter começado em Tete como em qualquer outra província. Penso que isto é irrelevante.


Os portugueses já se convenceram que é inútil reacender o debate
sobre o nascimento do 1° rei de Portugal - D. Afonso Henriques, se foi em Santarém ou Guimarães.

Coitada da minha professora Gorrete da 4a classe. Tantas "sovas" apanhei dela, porque teimava em memorizar que fora Chipande autor do "primeiro tiro", em Chai (Cabo-Delgado).

Meu pai, lá em casa, dizia que não. Valeu-me nesse ano toneladas de "puxões de orelhas" por desobediência.

Mudando de alho para bugalho:

Sobre o "Dia da Vitória" que hoje se assinala. Mários Soares escreveu na sua obra "Mémoire Vivante Viva" (2002) e sustentado por várias entrevistas na RTP que o aludido "Acordo de Lusaka" não chegou a acontecer. Cito trecho da obra:

"não assinei os Acordos de Lusaka”

"Encetámos então as negociações. Mas estás vieram a verificar-se mais difíceis, porque Chissano, o numero dois de Samora, e actual presidente, avisara-nos que o cessar fogo só seria respeitado uma vez obtidas garantias solenes da nossa parte quanto ao reconhecimento da FRELIMO como representante legítimo do povo Moçambicano. Houve um acordo verbal, abraços e novos aplausos, mas quando nos sentámos à mesa das negociações, eles recusaram-se a assinar.” (pp. 100)."

“Em contrapartida não assinei os acordos com Moçambique, mas apenas assisti, após os acordos, ao acto de independência de Moçambique, no Maputo, assim como também não negociei, uma vez que já não era ministro dos Negócios Estrangeiros, a independência de Cabo Verde e de São Tome (pp.102)."

Zicomo

PS: Desde que informei a secretaria do Dr. Mário Soares a minha intenção de querer tirar a limpo essa história a minha audiência foi "CANCELADA" com um silêncio.

V. Dias disse...

"Memória Viva" - 2003

Zicomo

ricardo disse...

Owh, Owh...zangaram-se as comadres...

Interessante, o que dizem os historiadores do CEA? Já agora, permitam-nos uma opinião mais abalizada.

É justo.

V. Dias disse...

Entretanto, Fernando Gil do "Moçambique para Todos" me fez chegar no ano passado uma página em que constam as assinaturas de Mário Soares e de outras figuras portuguesas, e do lado de Moçambique, apenas a de Samora!!!

Confesso que procurei ouvir de Mário Soares (através da sua fundação em Lisboa) sobre este facto, mas sem sucesso. A secretaria cujo e-mails conservo respondeu-me primeiro que "sim", que era possível uma audiência com Mário Soares, mas depois de saber o teor do encontro não mais voltou a responder os meus e-mails.

Verdade ou não, este acordo continua a ser "misterioso". Mesmo os vários volumes da História de Portugal não dá muita relevância a este processo.

Ainda sobre esse acordo uma vez perguntei ao Professor Mattoso, que preferiu remeter a questão ao visado (Mário Soares). Assim se sucedeu com outros historiadores.

De que lado anda a verdade, afinal!!! De facto seria interessante ouvir os "historiadores de casa", o que dizem sobre este acordo?

Há uma entrevista de Mariano Matsinhe feita pelo semanário Zambeze que também deixa dúvidas. "É segredo do Estado", porquê??? Se é um acordo!!! Porque é que de Roma é "consultável" mas de Lusaka não?

HOUVE OU NÃO ACORDO? Ou apenas houve a assinatura de um memorando qualquer e que o sistema, nessa altura, quis dar a entender ao povo, mais uma vez, que aquele acordo é a verdade? Ou talvez Mário Soares esteja a ocultar algo? Porque diria ele então vezes sem conta que esse acordo não existiu? Ele nega ter assinado esse acordo.

Termino e obrigado por levantar estas questões que nada tem a ver com o assunto da postagem.

Zicomo

Anónimo disse...

A verdadeira história de Moçambique ainda irá ser escrita um dia.
Muita coisa do que aprendemos nos dias de hoje não corresponde à realidade do que se passou, mas muitas vezes isso acontece por conveniência ou oportunismo do partido no poder.
Maria Helena

Reflectindo disse...

Mais um motivo para os mais patriotas ficarem silenciosos ou confinarem-se no privado.

umBhalane disse...

Mário Soares, essa coisa, é abjecta, isenta de moral, vazia de conteúdos sólidos, ignóbil.