"Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus. O pobre é suspeito de preguiça, a qual é uma injúria para com Deus" - João Calvino
Mais um pouco da série, com mais algumas hipóteses.
A primeira fase de acumulação de Capital (1986/2004, balizas provisórias e muito formais) era muita cautelosa a classificar as pessoas, falava-se na necessidade de desenvolvimento mas muito dificilmente se dizia e se disse que os Moçambicanos eram preguiçosos. Ainda que rapidamente ofensivo, o Capital era púdico.
Chegámos, entretanto, à segunda fase de acumulação de Capital (2005 a esta parte).
Esta é uma fase pela qual se procurou regressar ao samorismo sem se abolir o chissanismo. Como escrevi em Março, "diagonal de dois períodos, ostenta o rosto da democracia formal colhido no chissanismo neo-liberal, mas aspira ao domínio completo do tipo samoriano, designadamente a dois níveis: económico e político"
É nesse contexto dialéctico, de transição, de limbo - no qual se exalta publicamente o direito de os Moçambicanos serem ricos -, que pode ser compreendido o recurso sistemático à etiqueta "preguiça".
Prossigo proximamente.
(continua)
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