Abrindo um seu comentário ao texto do CIP (4) (mais abaixo), a leitora brasileira Lidi (imagem à esquerda) cita o falecido sociólogo brasileiro Octavio Ianni: "O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do Poder Executivo, em detrimento do Legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que privilegiam a missão "civilizatória" do Estado na sociedade, o alargamento do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo; implica o alargamento do poder político e cultural do Executivo. Tanto assim que o Estado se transforma em um poderoso agente da indústria cultural, por suas implicações não só econômicas, mas também políticas e culturais. [...] À medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a sociedade, compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais, econômicas e outras. Na prática, dissocia-se o poder estatal de amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses, empregados, funcionários e outros, compreendendo negros, mulatos, índios, caboclos, imigrantes e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder. - IANNI, Octávio. Estado e capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 259-60. Prossiga a leitura aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Viva Professor,
Muito obrigado por nos trazer este post!
O ponto eh que quando existe uma ligacao entre o Estado o poder economico, disvirtuam-se uma serie de balizas que funcionam como um sistema de pesos e contra-pesos no mercado.
Por isso, quando um determidado estado intervem constantemente no mercado, disvirtuando frequentemente as leis deste, cria-se o espaco propicio para que "empresarios/empresas" ineficientes dominem o mercado qual parasitas a custa da corrupcao, "lobby" e alianca com um estado clientelista. Assim, sob a capa de Estado-pai, este vai sendo predador dos que honestamente querem fazer negocios e protector dos que querem desonestamente basear a sua accao na ineficiencia, corrupcao e ma qualidade de servicos, estamos em presenca de um Estado "pai de uns e padrasto de outros".
Por exemplo, como se justifica que um pais com um dos piores indices de ambiente de negocios(Vide doing Business, Indice de Competitividade Global, etc) seja um dos que mais recebe Investimento Directo estrangeiro em Africa?! Simplesmente porque os investidores ja se habituaram a trabalhar em ambientes anti-eticos! Ja sabem que basta oferecer 100 mil USD a um dirigente para obter uma isencao/reducao fiscal para os proximos 20 anos, nos quais vao poupar milhoes de USD em impostos. Nestes anos, as empresas, porque sabem que os agentes do Estado sao corruptos, nem se dao ao trabalho de cumprir com compromissos assumidos de responsabilidade social, etc, bastando enviar pequenos subornos frequentemente.
entretanto, neste sistema nao sofrem apenas "os Operários, camponeses, empregados, funcionários..." mas tambem os proprios EMPRESARIOS NAO LIGADOS AO PODER POLITICO, alias outros ligam-se a este poder nao por vontade propria mas por uma questao de sobrevivencia do sistema.
Enfim professor,
O problema nao eh o capital em si, o problema eh o clientelismo corrupto e intervencionismo disvirtuante do mercado que desembocam no sufoco dos empresarios honestos que poderiam criar mais riqueza e postos de trabalho. Eh assim que continuamos com monopolios/oligopolios ineficientes como a LAM (=Late And Maybe?)... mesmo com pessimos servicos prestados!
Um grande abraco
HV
Enviar um comentário