02 setembro 2010

CM

Editorial do "Correio da manhã", continue aqui.
Adenda às 7:14: em alguns locais da periferia de Maputo não circulam chapas, pessoas não conseguem transporte para chegar aos locais de trabalho; também algumas escolas estarão encerradas; polícia bem visível.
Adenda 2 as 7:35: cidade deserta, não há sinais de que haverá trabalho hoje; um café aberto, o pessoal de serviço dormiu na cidade, não foi a casa; ao chegar à Mafalala, uma pessoa recebeu o aviso de que devia voltar para trás.
Adenda 3 às 7:38: sugiro leia um texto de Jeremias Langa, aqui:
Adenda 4 às 7:40: comentário de um assistente meu sobre a cidade de Maputo: "Tudo muito calmo, circulam poucos carros e ainda não vi um único chapa. As lojas não deverão abrir. Parece domingo."
Adenda 5 às 7:42: comentário de um antigo aluno meu a partir do Bairro da Liberdade: "Fui à Matola a pé. Aqui quase ninguém se fez à rua de carro. Há um medo generalizado. Não há chapas a circular. Também não há transporte público nem de empresas. Muita polícia a circular."
Adenda 6 às 7:57: de Jeremias Langa, na crónica mais acioma referida: "Ontem, no auge da crise, quando todos ansiavam por uma palavra de conforto do mais alto magistrado da nação, foi o porta-voz do partido Frelimo que veio falar primeiro, em pose de estadista. Seguiu-se o ministro do Interior e, finalmente, numa lógica tão inaceitável quanto intrigante, o Chefe de Estado, bem já ao princípio da noite, quando o caldo há muito estava entornado! É inacreditável! O Chefe de Estado é o farol orientador de um país, nos bons e nos maus momentos. É ele a voz apaziguadora e tranquilizadora das tensões sociais. Ontem, não o foi. Não soube sê-lo. Porque veio tarde demais a sua mensagem. Tudo porque, ontem, o nosso Presidente, no auge da crise, reuniu o partido no lugar do seu governo. Ou seja, mostrou que confia mais no partido que no próprio governo que lidera, quando se trata de encontrar soluções para o país. Dá para acreditar?"
Adenda 7 às 8:26: ouvem-se tiros nas zonas da Coop e do Xiquelene.

13 comentários:

Anónimo disse...

E lamentavel que as coisas tenham atingido os niveis que vimos ontem: mortes, destruicao de bens, feridos, roubos, etc. A verdade e que isto poderia ser evitado nao so evitando-se a subida drastica e abrangente dos precos mas, principalmente porque as pessoas nao tem escape:

1. Todos os servicos tem sindicatos mas ao inves de defenderem os interesses dos trabalhadores sao como um orgao partidario. Assim sendo deixa de haver um interlocutor;

2. Existem ate grupos juvenis, associacoes, etc mas tambem andam atrelados ao partido;

3. o povo e chamado a apertar o cinto mas o mesmo povo ve, no ar e em terra, um espectaculo de esbanjamento, no ambito das "governacoes abertas" a todos os niveis. Isto intriga e naturalmente irrita aqueles que mal tem para sobreviver;

4. Ao inves de cada um dos sectores ter politicas objectivas de aumento da producao e productividade, politicas socio-economicas ajustados a realidade e orientadas para questoes concretas nos ultimos tempos o pais vive de orientacoes ou o que alguns chamam iniciativas presidenciais, orientacoes do gabinete do primeiro ministro, do ministro A ou B, etc. E e o que vimos com a jatropha, revolucao verde, um lider uma floresta e por ai adiante. O maior problema e que aqueles que se esperava produzir as ideias e conhecimentos sobre como implementar essas iniciativas e orientacoes passam a vida a repetir o que o chefe diz e muita das vezes nem se quer querem acolher ideias porque sempre dizem: "....o presidente quer assim..." muito triste;

5. Os discursos de sempre de apelo ao sacrificio, a calma, que o governo esta a trbalhar, a producao esta a aumentar, os distritos e provincias estao a crescer economicamente, etc. Palavras ocas, as mesmas que ouvimos ontem....

Anónimo disse...

Verdade seja dita!
1- O maior culpado por esta pouca vergonha são os sindicatos que nunca chegaram a servir os interesses da classe trabalhadora e daqueles que directa ou indirectamente destes dependem.

2- A subida do custo de vida é inevitável perante a actual situação dos mercados exteriores, como podemos conter o preço de um produto cuja metéria prima não é nossa?

3- O estado que deveria ser mais esperto na concessão dos mega projectos e realmente beneficiar-se dos seus dividendos para reduzir a dependencia externa, nada faz senão beneficiar meia dúzia de corruptos e suas famílias
( Mozal, Carvão, areias pesadas, jetropha, gás, pedras preciosas, turismo, marisco, etc e brevemente petróleo nada significante metem nos cofres do estado mas sim de alguns intocáveis da nomeclatura)

4- O que assistimos ontem é derivado de pura pobreza urbana, quem depende da sua machamba, do seu gado não sente tão pesado assim o preço do pão pq praticamente não compra pão (minha avô só come pão quando alguém cá da cidade vai lhe visitar), portanto é urgente avaliar e pensar como combater a pobreza urbana, tanto da classe trabalhadora como da dos desempregados


Um abraço

Mozfree

Anónimo disse...

Estou aqui na avenida de Angola entre a irmãos roby e a joaquim chissano, e a estrada foi cortada (pneus queimados) e pedras junto a Fager, a polícia já chegou e há tiros disparados

Anónimo disse...

Acho que temos que repensar o pais. Para mim reconhecermos as nossas fraquezas e uma virtude e nao como muitos pensam que e um trunfo a favor do adversario. E preciso reconhecer que ha coisas que nao estao a funcionar e ver como podemos fazer funcionar. Posso usar o exemplo da jatropha: o presidente teve a iniciativa de prommover esta cultura como forma de minimizar o problema dos precos de combustivel, tudo bem. O que deviamos fazer e ver como, onde e o que e preciso para produzir a tal jatropha. Ao inves disso, como de caizas de ressonancia fossem, repetiam o que o chefe dizia. E mais, nos distritos os membros do partido, os funcionarios e outros eram obrigados a plantar pelo menos uma jatropha no seu quintal, para o chefe ver que o distrito e seus dirigentes estao a cumprir com as orientacoes, simplesmente ridiculo.

E como o Jeremias disse, muitos truques de ilusionismo. Eu diria mais ou pensam que o discurso e como uma varinha magica que basta pronunciar as palavras magicas (combate a pobreza, autoestima, glorioso, etc) que tudo acontece num abrir e feichar de olhos ou entao pensam que todos nos temos as mentes alienadas e ainda nao perceberam que os tempos mudaram, ate as barrigas deles mudaram....e ate se esqueceram que esta patria ja foi, um dia, o "tumulo do capitalismo e da burguesia" mas pensam que o povo, esse, ainda esta nessa epoca do enterro.

Alguem dizia a dias que a pior coisa que se pode fazer e tentar abrir um negocio serio neste pais, que de emprego e que promova desenvolvimento. Fala-se muito mas na hora da verdade ha um monte interminavel de barreiras. E o que acontece e que os que tem um pouco para investir opta pelo mais simples: ou monta uma barraca para dar de beber os ja esfomeados ou compra uma frota de carros para sua familia. Os 7 milhoes nao estao a ser usados para abrir barraquinhas para vender brands, gins, whisks de qualidade duvidosa? apesar de todas as sugestoes a coisa dos 7 milhoes continua na mesma, porque assim o chefe disse para fazer...o resto sao falacias

Na altura do lancamento da "Revolucao verde" o ministro da agricultura apareceu vezes sem conta a dizer que a producao nacional do trigo e de arroz seria resolvido em 3 anos. A quantos anos e que vamos? e qual e o resultado ate agora? alguem sabe? Vi na altura um reporter da TVM de Inhambane que passava todas as semanas imagens de hortas familiares e dizia que era o resultado da revolucao verde. Hortas que sempre existiram e que em nada haviam mudado mesmo depois do lancamento da revolucao verde mas o dito reporter dizia com orgulho e confianca de que o que nos mostrava era a revolucao verde. Sera este um problema de conceito sobre o que e revolucao verde ou como o Jeremias disse, mais um truque de ilusionismo maquiavelicamente televisionado?

Anónimo disse...

O incendio que Aloni um dia anteviu: http://comunidademocambicana.blogspot.com/2010/09/david-aloni-renamo-sobre-arrogancia-de.html. E mau asfixiar as vozes visiveis do descontentamento, como fizeram ao Dlakam e ao Herminio, porque depois ja nao existe um interlocutor valido para acalmar as massas. Como entender que um partido que controla o pais, com celulas desde os ministerios aos bairros nao consegue acalmar as massas os as celulas tambem nao estao contentes com os seus chefes?

V. Dias disse...

Professor,

Não consigo abrir o ficheiro do CM.

Tantas tentativas, sem êxito.

Zicomo

Carlos Serra disse...

Problema no seu pc, arquivo já baixado 61 vezes:
http://www.4shared.com/document/tdmgA3lX/_2__cm-020910.html

Nhiuane disse...

Olho o problema sob duas perspectivas, das tantas que, obviamente há:
1. A carestia de vida que aumenta a cada dia que passa, resulta de deficiências das políticas públicas que têm sido adoptadas no país pois as mesmas não são capazes de garantir a produção de comida que chegue para todos os moçambicanos quer pela mecanização da agricultura, quer pela transformação das riquezas do subsolo e/ou florestais em comida.
2. O carácter violento das manifestações é consequência lógica e imediata da fraqueza dos sindicatos que há muito tempo deixaram, se é que algum dia o fizeram, de representar os interesses dos diferentes grupos sociais( funcionários públicos e privados, e desempregados...). A existirem seriam esses sindicatos a organizarem o povo de forma pacífica para reclamar junto do Governo sobre a fraqueza das suas políticas. Como não há sindicatos, o povo revolta-se e toma as rédeas. O resultado é esse.
PS. Não concordo com a violência, porém estou sseguro que se contabilizam com dedos de uma só mão as revoluções que se efectivaram pelo diálogo. Alias, a independência do jugo colonial é um exemplo acabado.

Nhiuane disse...

O Porta-voz do Governo não disse nada de novo. Lamento a posição, parece-me menos prudente.

Anónimo disse...

Na Cidade de Inhambane tudo esta calmo, apenas muito comentario em torno do assunto.
Temoslamentar e apelar ao Governo para tomar a peito este assunto

umBhalane disse...

O que é uma revolução?

Será uma coisa como a "democracia", sapato para todos os pés?

Revolução para aqui, para ali, e para acolá!!!

O jugo piorado, de pior mesmo, é revolucionário, apenas porque mudou de cor?

Porquê as revoltas, então?

É bom definir correctamente o inimigo.

Anónimo disse...

Por mim sugiro que (governo), a curto prazo:
1.-subvencionar o preco, abolir qualquer taxa de adouneira assim como o iva dos produtos basicos arroz, milho, trigo ou alternativas e . Continuar a controlar os precos deste dos combustiveis.
2:- a medio prazo propor alternativas aos produtos basicos que se possam obter em mocambique, machoiera, mapira, mandioca para fabricar pao e outros alimentos (evidentemente melhorar a sua distribuicao. 3.- A longo prazo subvencionar/fomento agricultores (incluindo populacao)para que se possas ficar independente dos precos internacionais.Agricultura e Biodiesel
4.- Educar e promover as "greves" manifestacoes nao violentas e reprimir apenas o vandalismo e o oportunismo criminoso.

Se proiba o enriquecimento durante o mandato de qualquer governante, com todas as consequencia directas e indirectas. Quem quer governar quer servir entao deve se sacrificar e nao servire se do povo para melhorar vergonhosamente a sua vida economica

Philippe Gagnaux

Anónimo disse...

Parabéns, Sr. Philippe Gagnaux!
Teriamos um Moçambique próspero e desenvolvido se todos pensassem como o Senhor.
Infelizmente, há coisas mais importantes do que isso, como o tribalismo, regionalismo, racismo, divisionismo, etc. - desta forma nunca mais lá vamos chegar.
Todos os governos da Frelimo têm pautado pela corrupção, partidarismo, nepotismo, etc. etc. - por isso chegamos a este caos.
Precisamos de mudar as coisas em Moçambique, precisamos de uma viragem, de uma oposição capaz e com directrizes bem definidas, e que sirva o povo acima dos seus interesses pessoais.
Governar é servir, e deve servir-se com excelência.
Maria Helena